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Ribeirão pede tombamento de três patrimônios

Um dos locais a passar pelo processo é a casa do escritor Oswald de Andrade

Tauana Marin
16/05/2018 | 07:00
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O Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural e Natural de Ribeirão Pires, em sessão realizada no início do mês, tombou provisoriamente três imóveis da cidade: Pedra do Elefante, Gruta Paraíso ou Gruta da Quarta Divisão e a casa do escritor Oswald de Andrade. Os proprietários podem recorrer.

Segundo Marcilio Duarte, diretor de patrimônio cultural na Prefeitura, é por meio do conselho municipal que estudos e documentos são analisados, a fim de saber se o local pode ser tombado ou não. “O pedido provisório é período de 180 dias, podendo ser renovado por mais seis meses, em que o conselho faz toda a parte burocrática, leva o pedido à Prefeitura e fala com os proprietários sobre a importância da preservação do local ou do imóvel.”

Nesse período, o proprietário já não pode realizar qualquer mudança ou reforma sem a autorização da Prefeitura. “Por exemplo, a casa de Oswald de Andrade não pode sofrer mudanças, pois qualquer pintura na porta pode descaraterizar esse importante local. É necessário pedir autorização ao conselho, cuja função também é fiscalizar”, cita. 

É importante frisar que o tombamento não tira o bem do proprietário. “O que muda é apenas a lei de restrição de uso, já que tem valor público. A pessoa pode vender, inclusive para a Prefeitura, ou se permanecer no local tem algumas vantagens, como deixar de pagar IPTU e, no caso de reformas aprovadas, não arca com taxa de obras. A lei não obriga o proprietário a abrir o local para visitação. Isso só é feito em comum acordo com a Prefeitura.”

No caso da Gruta Paraíso, a preservação, além de histórica, é também ambiental, já que há uma nascente no local. “Já foi considerada a maior gruta, hoje fica entre as primeiras do País”, avalia Duarte.

Para a presidente do conselho, Fabiana Cristina Gonçalves Álvares de Moura, nesta gestão o apoio do atual prefeito, Adler Kiko Teixeira (PSB), tem feito a diferença. “Esse é o caminho para preservarmos nossa história tão rica. Afinal de contas, somos uma cidade turística. Nosso maior desafio, sempre, é ganhar o coração dos proprietários.” Segundo ela, a maior parte dos donos dos imóveis não aceitam de imediato, mas sempre se abre diálogo. “A pessoa precisa olhar para o lado histórico e não apenas comercial. É um trabalho muito bonito. Se esses três derem certo, ano que vem nosso foco é a casa onde viveu por um tempo a artista Tarsila do Amaral, além do Mirante do Morro de São José.”  




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