Representantes do Brasil, Japao e Rússia pediram a um organismo governamental americano que se oponha às tarifas punitivas que a Casa Branca estuda contra esses países por causa de suas exportaçoes de aço. Os representantes argumentaram que circunstâncias fora do controle de seus respectivos governos foram responsáveis pelo grande aumento de suas exportaçoes de aço para os Estados Unidos no ano passado. Segundo eles, o grande número de demissoes no setor siderúrgico americano nao permitiu que a indústria atendesse a demanda em crescimento do mercado consumidor americano.

Anne Krueger, professora de Economia da Universidade de Stanford, que falou em nome do Brasil e dos outros países, disse que a crise financeira internacional mostra sinais de superaçao. Foi essa crise que contribuiu em parte para o aumento das exportaçoes, ao reduzir a demanda nos países afetados. ``A retomada de condiçoes mais normais na Asia, no resto do mundo e nos Estados Unidos significa que as condiçoes sao muito diferentes agora e nao se pode dizer que há no momento uma ameaça aos produtores americanos de aço com base no que ocorreu no passado', disse ela.

A Comissao de Comércio Internacional dos Estados Unidos, entidade investigadora independente do governo, avalia se o aumento das importaçoes prejudicou ou ameaça prejudicar a indústria doméstica. A decisao da comissao será essencial para a decisao do governo americano, de impor taxas mais altas ao aço proveniente do Brasil, Japao e Rússia nos próximos meses.

O Departamento do Comércio declarou na semana passada que o Japao praticou ``dumping' com um produto siderúrgico essencial, o aço de carbono laminado quente, que lançou no mercado americano a preços inferiores aos de produçao ou aos dos mercados internos. O Departamento tinha antes comprovado evidência de ``dumping' do Brasil e Rússia e emitirá suas resoluçoes nos próximos meses.