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CPI aponta que firma deixou obras inacabadas

Relatório indica que construtora Azyal não executou na totalidade serviços contratados e acusa gestão Lauro de improbidade

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
18/08/2017 | 07:00
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Montagem/DGABC


Relatório da CPI da Contex, na Câmara de Diadema, aponta que a firma contratada pelo governo Lauro Michels (PV) não concluiu os serviços pelos quais foi admitida, em 2014 – reforma de telhados de ginásios municipais. O documento acusa ainda a gestão verde de cometer improbidade administrativa.

O texto, elaborado pelo oposicionista Orlando Vitoriano (PT), indica que fatores constatados durante as investigações levam à conclusão de que a firma Azyal Construções Civis (também conhecida como Contex) não “cumpriu com o serviço de manutenção dos telhados”. Entre esses motivos estão a ausência de memorial de execução das obras, espécie de diário que constataria os trabalhos feitos diariamente pela empresa. O relator também citou o fato de que nem a Prefeitura nem a empresa designaram profissionais para o acompanhamento e fiscalização das intervenções. A ausência de um engenheiro ou arquiteto também foi confirmada pelo dono da empresa, Jerri de Souza, em seu depoimento à CPI. “Todos esses fatos levam à presunção de que os serviços contratados não foram cumpridos em sua totalidade”, frisou Vitoriano, à imprensa.

O petista salientou que, pelo tempo em que o contrato foi assinado, há três anos, ficou comprometida a produção de provas de que não houve nenhuma intervenção nos ginásios. “Cabia ao Paço e à empresa comprovarem que os serviços foram feitos, mas só trouxeram fotos (dos equipamentos supostamente reformados), que estavam cortadas, são provas frágeis”, explicou o parlamentar petista.

O relatório indica, sem detalhes, que, em determinados casos, os ginásios ficaram em “situações piores do que estavam”.

O documento foi lido na sessão de ontem e deve ser colocado em votação na semana que vem. Entretanto, como o governo Lauro retomou a maioria na Casa depois de acordo com o DEM e o PPS, a tendência é que o relatório seja rejeitado, como ocorreu com outra CPI, que investigou acordos de quase R$ 1 milhão com a Mendonça e Silva, situada nos fundos de um cortiço na cidade.

Líder do governo na Casa, Célio Boi (PSB) classificou a CPI como “política” e negou irregularidades no contrato.

HISTÓRICO
Revelado pelo Diário em março, acordo, de R$ 148 mil, com a Contex foi celebrado pelo Paço sem licitação, por meio de carta-convite, em 2014. A firma, além de não possuir sede própria – o endereço da empresa remete a casas de aluguel no bairro Eldorado – é de propriedade de Jerri, que é filiado ao PSDB, um dos partidos da base do governo Lauro.

O tucano também foi cabo-eleitoral do ex-vereador José Dourado (PSDB), ex-líder do governo na Câmara. A mulher de Jerri, Solange Oliveira Souza, foi assessora no gabinete de Dourado. O ex-parlamentar, inclusive, não foi citado no relatório final da CPI. 




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