Em reunião firmada pelo prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), na sede do Paço, representante da empresa paulista admitiu falhas na prestação de serviços na cidade, como problemas na qualidade da água distribuída no município, além de prometer 15 dias para solucionar o impasse. O encontro, realizado na terça-feira, contabilizou ainda a presença de 16 vereadores da base de apoio.

Lista de reclamações apresenta, por exemplo, alterações na cor da água nos bairros Jardim Silvina, Vila São José, Parque Selecta, Rudge Ramos, Vila Vivaldi, dos Casa, Detroit, Pauliceia, Taboão e Assunção. A rede de tubulação é antiga. Na sessão de ontem da Câmara, inclusive, moradora do Pauliceia passou por gabinetes com uma garrafa contendo água com coloração escura, retirada da torneira de sua própria residência.

No encontro, o superintendente da área Sul da empresa, Roberval Tavares de Souza, alegou que a utilização de um produto químico na ETA (Estação de Tratamento de Água) Rio Grande teria causado mudança na coloração da água fornecida aos consumidores da cidade. “Tivemos problema de desestabilização na água tratada, que levou ao carreamento de algum material nas redes mais antigas. Esse é o motivo da coloração diferente. (Mas)Não existe risco para a população e a água é totalmente potável. Trocamos o produto químico e a instabilidade já começou a melhorar”, ponderou o dirigente, ao comprometer-se que o caso será resolvido até 10 de maio.

Tavares justificou também que a Sabesp vai vistoriar os endereços fornecidos pelos parlamentares durante a reunião e que, anualmente, a empresa faz análise da água fornecida nos 300 mil pontos municipais.

Morando sustentou que, caso o prazo estipulado pela Sabesp não seja cumprido, a Agência de Saneamento Básico do município pode tomar medidas mais severas para garantir avanço na qualidade da prestação de serviços. “Temos a agência, que pode multar a empresa. Mas já foi sentida uma melhora apresentada nos casos e confiamos na palavra da Sabesp”, citou o tucano.

A Sabesp opera em São Bernardo desde 2003, quando assumiu os serviços de fornecimento de água e coleta de esgoto, que eram prestados pelo DAE (Departamento de Água e Esgoto). Atualmente são 1.800 quilômetros de rede de água instalada. A empresa tem o plano de trocar 600 quilômetros da rede de distribuição e, deste total, pelo menos 250 quilômetros, de acordo com a companhia, já foram modificados visando a modernização.

INVESTIGAÇÃO
O chefe do Executivo evitou falar sobre o pedido de criação de CPI para investigar a empresa em São Bernardo. “Não me cabe opinar sobre decisões da Câmara, mas o instrumento não pode ser vulgarizado”, frisou Morando. O requerimento de abertura do bloco possui oito rubricas – o documento necessita de dez assinaturas para ser acatado. Governistas falam que o texto é usado apenas como palanque político.

A Casa já conta com duas CPIs instaladas simultaneamente, uma que investiga o contrato da PPP (Parceria Público-Privada) do lixo e outro que analisa a prestação dos serviços pela AES Eletropaulo.