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Paço vê necessidade em reestruturar FSA

Com dificuldades orçamentárias, instituição de Ensino Superior não abre mão de supersalários

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
18/04/2017 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


 Integrantes da alta cúpula da Prefeitura de Santo André já admitem a necessidade de realizar uma reestruturação urgente no atual quadro administrativo da FSA (Fundação Santo André). A avaliação, de modo geral, é que a situação da instituição de Ensino Superior “é bastante delicada”. Segundo integrantes do governo, a medida é a única alternativa para que a Fundação consiga reverter a grave crise financeira enfrentada pela atual reitoria.

Com rombo mensal estimado em R$ 500 mil, a Fundação Santo André tem acumulado constantes atrasos de salários, incluindo o do 13º referente a 2016. Somente nos últimos dez anos, a instituição de Ensino Superior registrou a perda de mais de 7.000 alunos. No entanto, conforme denúncia feita pelo Diário em reportagem publicada ontem, a reitoria tem optado por bancar a permanência de quadro elevado de pessoal que supera, inclusive, as estruturas fixas de demais universidades do Grande ABC.

“(A situação) Está difícil, mas acredito que precisamos tentar (mudar este cenário). A Fundação Santo André é um símbolo da cidade. Ela não pode desaparecer simplesmente. Nós, da Prefeitura, estamos entrando no conselho da escola para conversar com a reitoria e avaliar como podemos ajudar. Existe um empenho da atual administração em reestruturar a Fundação, e nossa avaliação é a de que esta pode ser uma das soluções”, avalia a secretária de Educação de Santo André, Dinah Zekcer.

A chefe da Pasta municipal, que até o fim de 2015 ocupava cargo de diretora executiva da extinta Fefisa (Faculdades Integradas de Santo André) e é uma das defensoras das mudanças estruturais da FSA, afirma acompanhar “quase que diariamente” os desdobramentos da crise enfrentada pela instituição de Ensino Superior.

Para Dinah, a situação da FSA chegou ao atual ponto preocupante em decorrência do acúmulo de erros cometidos por ex-reitores. “A Fundação Santo André sempre representou para a cidade uma boa escola, de nome, com formação maravilhosa. Mas foram entrando pessoas e as coisas foram se complicando”, avalia.

Supersalários e quadro elevado de funcionários são citados pela secretária como possíveis responsáveis pelo agravamento da crise enfrentada pela instituição. “Perderam-se muitos alunos, mas pouco se alterou na estrutura de profissionais. Isso causa desequilíbrio orçamentário difícil de se reverter.”

Para alterar o atual cenário da FSA, uma das alternativas cogitadas pela atual administração andreense é a retomada de vínculos contratuais com a instituição de Ensino Superior para prestação de serviço em parceria com a Prefeitura. “Se eles efetivaram a criação do instituto de apoio, certamente estaremos abertos a possíveis novos contratos”, diz Dinah.

Por falta de CND (Certidão Negativa de Débitos) junto à Receita Federal, a Fundação Santo André foi obrigada nos últimos anos a romper série de contratos com administrações municipais, incluindo vínculo para controle da Sabina Escola Parque do Conhecimento.

A expectativa é a de que ainda neste mês a reitoria consiga concluir o processo para criação do Instituto de Apoio à Fundação Santo André. O órgão seria responsável pela prestação de serviço, anteriormente feito pela própria instituição.




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