Nos quadros de funcionários da Polícia Civil do Grande ABC há a falta de 553 policiais para reforçar a área da Segurança, questão tão cobrada pela população. O déficit é apontado pelo Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo). São contabilizados neste número funções como escrivão, investigador, agente de telecomunicações, agente policial, papiloscopista e auxiliar de papiloscopista.

Ontem, a presidente da entidade, Raquel Kobashi Gallinati, visitou as três delegacias seccionais da região – Santo André (que também atende Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra), São Bernardo (responsável ainda por São Caetano) e Diadema – para ouvir os delegados e elaborar o planejamento estratégico das ações em prol da categoria.

“O sindicato está percorrendo as 70 seccionais do Estado para constatar in loco o sucateamento e desmonte aos quais a Polícia Civil está sendo submetida. O quadro da Polícia Civil foi idealizado em 1994. Estamos em 2017, quase 11 milhões de habitantes a mais, com aquele mesmo quadro de 1994 e um déficit de quase 9.000 policiais no Estado”, frisou Raquel.

Segundo o sindicato, há 23 anos o quadro de funcionários para as delegacias que envolvem a seccional de Santo André foi fixado em 858 policiais, porém, tem 557 cargos ocupados. As englobadas pela seccional de São Bernardo deveriam ter 769 policiais, mas contam com 660. Em Diadema são 216 funções ocupadas, quando o número foi fixado em 359.

“Os últimos concursos para policiais civis datam de 2013, e não foram chamados todos os aprovados. A maior vítima deste desmonte que o governo do Estado está submetendo a Polícia Civil é a sociedade, porque fica sem Segurança pública eficiente e que consiga suprir a demanda das organizações criminosas e dos crimes”, falou Raquel. “Iremos levar os dados para que o governador tome uma providência urgente, não somente contratando todos os candidatos aprovados em 2013, mas abrindo novos concursos”, completou.

O titular da seccional de Santo André, Hélio Bressan, ressaltou que, com “jornadas até heroicas, o pessoal se vira para fazer o que precisa” e que “não está faltando atendimento à população”, mas admite que se o déficit fosse suprido “poderia ter atendimento melhor”.

O delegado seccional de Diadema, Oswaldo Arcas Filho, compartilha da opinião do colega. “Dificulta um pouco, mas não impede o trabalho. Continuamos, mas precisamos de mais”, admite.

“Os nossos reclamos ao governador têm de chegar de uma forma salutar. Que o poder político entenda que é necessidade, e não vaidade”, salientou o delegado seccional de São Bernardo, Aldo Galiano Júnior.

Nomeação de aprovados está em andamento

A SSP (Secretaria da Segurança Pública) do Estado informou que o processo de nomeação dos aprovados no concurso de 2013 para a Polícia Civil está em andamento. “Somente neste mês foram 101 investigadores e 278 escrivães formados. Os novos policiais estão sendo distribuídos por todo o Estado”, disse a Pasta, em nota. Na região faltam 186 investigadores e 198 escrivães, segundo o Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo).

Segundo a SSP, desde 2011 foram contratados 4.027 policiais. “Ainda neste mês está prevista a formatura de 80 delegados”, acrescentou.

O Sindpesp disse que aprovados estão contabilizados no cálculo que resultou no déficit de quase 9.000 policiais no Estado, e que o número somente diminuirá com a abertura de novos concursos.