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Estádio do Água Santa está sem alvará da Prefeitura há um ano

Em meio à briga com dirigentes, liberação do governo Lauro para funcionamento do Inamar venceu em 2016;

Por Junior Carvalho
09/04/2017 | 07:00
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Nario Barbosa 27/11/15


 O Estádio do Inamar, administrado pelo clube Água Santa, de Diadema, está sem alvará de funcionamento da Prefeitura há um ano. A última liberação, emitida em março de 2014, venceu no exercício passado. Desde então, o uso do espaço passou a ser precário. O impasse intensificou, nas últimas semanas, a queda de braço entre a cúpula do governo do prefeito Lauro Michels (PV) e lideranças do time.

O Diário teve acesso ao documento, assinado pela arquiteta Julieta Valéria, da Secretaria de Habitação, em 17 de março de 2014. O documento indica que a validade da liberação expirou em março de 2016. Só neste ano, o local sediou quatro jogos do Água Santa pela Série A-2 do Campeonato Paulista.

A informação de que o Distrital do Inamar está sem a permissão de funcionamento da Prefeitura só veio à tona depois que o CAD (Clube Atlético Diadema), equipe rival do Água Santa, solicitou o uso do estádio à Prefeitura para abrigar os jogos do time pela quarta divisão do Paulista. Por conta da rivalidade entre os clubes, houve obstáculo para a cessão do local, mas a situação não impediu que o time conquistasse esse aval. O clube estreia hoje no Inamar, contra o Barcelona Esportivo.

Engenheiros ouvidos pelo Diário ponderaram que a falta de alvará emitido pelo município não indica necessariamente que o local apresenta problemas estruturais. Especialistas explicaram que, em alguns casos, o documento é tido como administrativo, atestando que o espaço, no caso o campo, está regularmente cadastrado.

Por outro lado, algumas cidades levam em consideração critérios técnicos e, para emitir o alvará, exigem cumprimento de outros laudos, como de engenharia ou o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), por exemplo. No site oficial da FPF (Federação Paulista de Futebol), o Inamar apresenta liberação de todas as licenças em dia. Os laudos (AVCB; higiene; prevenção de incêndios; segurança; e engenharia) são exigidas pelo órgão para que o estádio seja palco das competições.

Em 2015, parte da arquibancada do campo desabou e feriu operários. O local estava passando por adequação às normas da FPF para que o Água Santa estreasse na Série A do Paulistão. Foi nessa época que a relação entre Lauro e o time começou a azedar.

Desde que figuras políticas ligadas ao Água Santa romperam com o governo, Lauro tem procurado aproximação com o CAD. Recentemente, o Paço enviou projeto à Câmara renovando a concessão do Estádio do Taperinha ao clube. A proposta, porém, segue travada. Presidente do Água Santa, o vereador Revelino Teixeira, o Pretinho (DEM), integra o blocão de oposição a Lauro na Câmara e o grupo está longe de entrar num consenso sobre a aprovação ou não do projeto.

Procurado, o governo Lauro não se manifestou sobre o assunto. Dirigentes do Água Santa também não foram encontrados para comentar o caso.

MP aciona clube e Paço por reforma no campo sem licença da Cetesb
O Água Santa e a Prefeitura de Diadema são réus na Justiça em ação civil pública movida pelo MP (Ministério Público) do Estado de São Paulo por seguirem com as obras de ampliação do Estádio do Inamar mesmo sem licença ambiental da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).

Em dezembro, o juiz da Vara da Fazenda Pública de Diadema, André Mattos Soares, concedeu liminar determinando a paralisação de qualquer atividade no campo municipal, que está sob concessão do Água Santa desde 2013. A sentença também exigiu projeto de recuperação ambiental do local, que está localizado parcialmente em área de proteção ambiental. No mês passado, o magistrado designou audiência de conciliação para o dia 28 visando definir o impasse.

O caso se arrasta desde 2015, quando o Água Santa promoveu a reforma do campo para adequar o local às normas da FPF (Federação Paulista de Futebol) para estrear na Série A do Campeonato Paulista.

Na época, a Cetesb apontou irregularidades na obra. aplicou multa de R$ 616,4 mil e determinou que as intervenções fossem interrompidas. O laudo emitido pela companhia estadual constatou desmatamento e movimentação ilegal de terra. Mesmo assim, a obra seguiu a todo vapor.

Ao Diário, o órgão estadual informou que, em maio do ano passado, o Água Santa solicitou a regularização da área. “A Cetesb respondeu que a solicitação deve ser apresentada pela Prefeitura de Diadema e não pelo clube. Exigiu, ainda, outras informações sobre a referida ampliação. O time pediu prazo”, afirmou a companhia.




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