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Forte temporal alaga municípios da região
Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
07/03/2017 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


 Uma hora e meia de chuva. Esse foi o tempo necessário para que a população do Grande ABC, em especial moradores de Santo André, São Bernardo e São Caetano, sentissem, na tarde de ontem, mais uma vez, os impactos causados pelo forte temporal que atingiu a região. Houve inundação no edifício do HMU (Hospital Municipal Universitário), além de alagamentos e quedas de árvores pontuais em áreas dos três municípios. Como de costume, o trânsito ficou lento nas principais vias da região.

Moradores do bairro Rudge Ramos, que ainda se recuperavam das inundações registradas na semana passada, novamente foram castigados pelo forte temporal. Desta vez, nem mesmo gestantes que passavam por atendimento no HMU foram polpadas pela enchente que atingiu a área.

Todo piso térreo do equipamento de Saúde ficou submerso com a água que transbordou de bueiros da Avenida Bispo Cesar D’ Acorso Filho. Sem tempo para evitar a inundação do local, profissionais do hospital foram obrigados a fazer rapidamente a remoção de pacientes para outros andares. “Estava na sala de medicação quando a água entrou. Não deu tempo para nada. Já estava bem acima do meu pé quando eu viu. Só deu tempo para sair de lá”, relata Priscila Maria Cavalcante, 22, gestante de oito meses.

Com o atendimento comprometido, em virtude da inundação do equipamento, pacientes foram obrigados a aguardar por até cinco horas para passar por consulta, como no caso da dona de casa Maria Cristina Ferreira, 50. “Eles falaram que vão dar prioridade para a gestante. Já estou aqui desde às 13h. Como pode isso. Vai dar 18h e estou aqui aguardando ainda”, desabafa.

Segundo balanço da Prefeitura, a inundação danificou quatro computadores, duas impressoras, uma geladeira e um elevador do HMU. No entanto, em nota, o Paço ressaltou que a chuva “não trouxe prejuízos aos 97 pacientes que estão internados nas dependências do complexo hospitalar” e que “nenhum procedimento precisou ser interrompido”.

Na vizinhança do equipamento de Saúde, comerciantes e moradores calculavam os prejuízos causados pela enchente da região. “A água nunca invadiu o nosso comércio como hoje. Perdi praticamente tudo. Calculamos por baixo um prejuízo de R$ 30 mil a R$ 40 mil. É lamentável isso. Se for na Prefeitura tenho certeza que ninguém vai querer abater o valor do nosso IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano)”, afirma o comerciante Rafael Lopes, 35.

Durante a presença do Diário na área do Rugde Ramos, ao menos 27 veículos apresentavam pane elétrica em virtude da forte chuva.

Segundo a Defesa Civil da cidade, o volume de água entre às 14h e 15h30 foi de 72,5 milímetros, praticamente a metade do montante de todo o mês de março de 2016, que ao longo de 31 dias somou 148 milímetros de água no município.

Em Santo André, a chuva causou alagamentos na Rua Pederneiras, Vila Palmares, e na Rua Álvaro Anes, bairro Santa Maria. Na Avenida da Paz, ônibus chegaram a ficar parados por uma hora em virtude do alagamento da região. “É um absurdo isso. Chove meia hora e para tudo. Marquei ginecologista há um mês em Mauá, mas vou ter de desmarcar”, desabafa a cozinheira Maria Marta de Oliveira Lino, 59.

Segundo o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), ainda houve a queda de uma árvore de grande porte na rua Conselheiro Justino, bairro Campestre. São Caetano, por sua vez, registrou pontos de alagamentos na extensão da Avenida Guido Aliberti, entre o Cemitério Vertical e a Ponte Preta. Além disso, a Defesa Civil teve ocorrência sobre a queda de uma parte do estuque da Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) Antonio Oliveira, no bairro Santa Maria.

O sistema de trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) ficou paralisado por duas horas entre as estações Celso Daniel-Santo André e São Caetano.




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