Tem início neste sábado a Série A-2 do Campeonato Paulista. Pode-se questionar de tudo: qualidade técnica da competição, estrutura dos estádios para atender ao torcedor, aos jogadores e até à imprensa, ou os métodos de algumas equipes para levar vantagem – seja deixando o gramado alto ou baixo, ou pressionando a arbitragem. Mas o que não se pode dizer é que os 20 clubes, incluindo São Caetano e Água Santa, representantes do Grande ABC que tentam retornar à elite, além dos tradicionais Guarani, campeão brasileiro de 1978, Juventus, vencedor da Série B Nacional em 1983, Portuguesa, Bragantino, XV de Piracicaba e outros, não sonham com o acesso à Primeira Divisão.

Além da visibilidade da elite – todos os jogos da Série A-1 são transmitidos pela televisão –, há as questões financeiras, pois a verba de participação é vultosa, e esportiva, já que o Paulistão é o caminho a um calendário cheio e relevante durante o ano.

A exemplo do ano passado, neste ano serão 20 clubes, que disputarão 19 partidas cada no sistema de pontos corridos. Nesta temporada, entretanto, somente os quatro melhores avançam (à semifinal), enquanto os seis piores caem para a Série A-3. Os finalistas sobem para a elite, e o campeão garante vaga na Copa do Brasil de 2018.

E quem conhece a competição garante: a palavra-chave para ter sucesso é adaptação. Conhecido como Rei do Acesso pelas 16 vezes em que subiu times em campeonatos estaduais e nacionais, o técnico Luís Carlos Martins, do São Caetano, avalia que é necessário prestar atenção a todos os detalhes para não ter surpresas durante a competição.

“Você tem de se adaptar a tudo. Temos de estar atentos. Tem de conhecer o adversário, o clima, o gramado, as dimensões do campo, a distância dos vestiários para o gramado. É preciso levar em conta tudo isso”, afirmou o treinador do Azulão, que já está há quatro temporadas na Série A-2, sendo a terceira consecutiva sob o comando de Martins.

E parte do processo de adaptação ao campeonato passa pelo equilíbrio, de acordo com o técnico Jorginho, do Água Santa. Experiente na competição – disputou a A-2 pelo Santo André, como jogador, em 1993 –, o comandante do Netuno acredita que uma equipe que saiba se controlar pode ter sucesso.

“A competição é dura mesmo e é difícil de ser jogada. Se tornou muito mais difícil porque tem times muito tradicionais e com maior poder aquisitivo. Não adianta só técnica ou vontade, tem que ter equilíbrio, trabalhar direito e tentar conseguir com que o time seja o mais equilibrado possível”, avaliou.

Ontem, o São Caetano deu sequência à preparação para a estreia na A-2, às 16h de domingo, contra o Sertãozinho, no Interior, com treino tático realizado no campo de uma universidade em Santo André.

Já o Água Santa fez seu último treino em Sorocaba ontem e viajou para Votuporanga para encarar, às 16h de amanhã, o Votuporanguense.