Política Titulo Ribeirão Pires
Saulo mira fechar ano com dívida menor que de Volpi

Sem estimativa, prefeito de Ribeirão reduz custos; em 2012, herdou Paço com R$ 41 mi em deficit

Vitória Rocha
Especial para o Diário
23/10/2016 | 07:00
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Deixar a cidade com uma dívida menor do que a de 2013 para o próximo prefeito, Adler Kiko Teixeira (PSB), é o objetivo do atual chefe do Executivo de Ribeirão Pires, Saulo Benevides (PMDB), ao realizar medidas drásticas para a redução de gastos da Prefeitura até o fim deste ano. Mas ainda não há números concretos sobre quanto restará de deficit para o próximo gestor do município.

Logo no início do mandato, o governo peemedebista afirmou ter herdado rombo financeiro de R$ 41,4 milhões da administração de Clóvis Volpi (sem partido) e alegou que o fato teria causado série de problemas para todo o restante da gestão. Saulo chegou a acionar o Ministério Público baseado na LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), de 2000, que proíbe que um administrador público deixe dívidas sem que haja dinheiro no caixa da cidade para quitá-las – se houver provas de dolo, o gestor pode responder por improbidade administrativa. Não houve avanços com relação à denúncia feita por Saulo à Promotoria de Ribeirão Pires.

“Com a crise eu acho difícil (diminuir muito o deficit), mas eu gostaria (de deixar uma dívida menor que a do Volpi)”, considerou o prefeito, derrotado nas urnas no dia 2.

Depois de ficar em sexto lugar na eleição, com 2,77% dos votos válidos, equivalentes a 1.616 adesões, o chefe do Executivo empenhou série de ações para cortar gastos. Na mesma semana da derrota, Saulo extinguiu cinco secretarias e demitiu quase metade do contingente de comissionados da Prefeitura, além de cancelar 90% das gratificações. Estagiários também foram exonerados pelo prefeito.

Dos 200 funcionários gratificados, 97 foram desligados na semana passada e 70 dos 120 estagiários foram demitidos do Paço. Parte do primeiro escalão do governo também foi cortada: saíram Claudemir Soares, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico; Gerson Constantino (PMDB), de Saúde e Higiene; Marcela Lopes, de Política Comunitária e Institucional; Marcos Fonseca, de Assistência Social; e Tales Aramis, de Segurança Pública. Segundo a administração, a estimativa é de economia de R$ 500 mil por mês (portanto, R$ 1,5 milhão até o fim do ano).

Desde o início, o governo tem enfrentado dificuldades financeiras. Depois de efetuar medidas de contingenciamento parecidas no ano passado, em janeiro, o peemedebista anunciou congelamento de 25% do Orçamento para este ano.

Em junho, o Sineduc (Sindicato dos Professores das Escolas Públicas Municipais) de Ribeirão protocolou formalmente pedido de cassação do chefe do Executivo pelo não pagamento do reajuste de 11,8% aos servidores públicos em maio. A proposta, no entanto, foi rejeitada pela Câmara e o prefeito fechou acordo diferente com o Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos), passando por cima das negociações com os professores e reduzindo o percentual a ser pago para 4,5% em três parcelas realizadas entre agosto e outubro. 




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