Política Titulo Petista ataca tucano por merenda
Donisete ataca Capez, mas seu irmão foi assessor do tucano

Petista criticou deputado por ‘esquema
criminoso’; Zezinho atuou na sala do tucano

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
23/10/2016 | 07:00
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André Henriques/DGABC:


Prefeito de Mauá e candidato à reeleição, Donisete Braga (PT) resolveu atacar o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, o deputado estadual Fernando Capez (PSDB), por estar envolvido no escândalo da merenda no governo do Estado de São Paulo. Porém, o irmão do petista, José Pereira Braga, o Zezinho Braga (PT), trabalhou como assessor no gabinete do tucano.

Ao se defender de questionamentos de adversários, em debate promovido em setembro pela TV+, sobre denúncias de superfaturamento de itens destinados à merenda escolar em seu governo, Donisete se esquivou e preferiu citar o envolvimento do ex-chefe do irmão em denúncias semelhantes da gestão paulista. “É verdade. Existe um escândalo da merenda, do Fernando Capez. Eu não vi até agora a menção do deputado Atila (Jacomussi, candidato do PSB ao Paço mauaense) com relação a esse escândalo criminoso do ladrão da merenda do Estado de São Paulo”, falou Donisete, antes do pleito do dia 2.

Entre abril de 2015 e junho deste ano, Zezinho Braga foi assessor especial parlamentar da presidência da Assembleia, justamente sob a chefia de Fernando Capez.

Durante um ano, o tucano abrigou o irmão de Donisete em seu gabinete, com salário que chegou a superar em algumas ocasiões o do próprio prefeito de Mauá (R$ 18,5 mil por mês). Pela tabela de vencimentos da Casa, o salário base do cargo ocupado por Zezinho é de R$ 7.062, mas por conta de outros subsídios (verbas adicionais aos vencimentos) e férias tiradas em agosto, o contracheque do petista daquele mês chegou a R$ 20.624,84. Em outros meses, sem férias, o holerite do irmão de Donisete Braga alcançou R$ 15 mil.

Antes de estar lotado no gabinete de Capez, Zezinho também foi servidor da liderança da minoria – gabinete destinado aos partidos de oposição ao governo Geraldo Alckmin (PSDB) na Assembleia, sendo o PT o principal deles. A última função ocupada por Zezinho no Parlamento paulista foi de assessor especial parlamentar da primeira secretaria da mesa diretora da Casa, ocupada atualmente pelo deputado petista Enio Tatto – foi exonerado em agosto, no início da campanha eleitoral. Todos esses cargos possuem regime de livre nomeação.

Enquanto a gestão Donisete é investigada pelo Ministério Público por suspeita de superfaturar almôndega, destinada à alimentação escolar municipal, Capez é suspeito de receber propina em contratos celebrados entre a Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar) e a Secretaria estadual de Educação e diversos municípios de São Paulo, entre eles São Bernardo. A Polícia Civil, através da Operação Alba Branca, também investiga possíveis superfaturamento na compra de alimentos.

Capez e o governo Donisete negam irregularidades.
 




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