Política Titulo Fatia da receita
Bens de candidatos passam Orçamento de Rio Grande da Serra
Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
27/08/2016 | 07:11
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A soma de bens declarados por candidatos a prefeito e a vice no Grande ABC nesta eleição supera em R$ 14,8 milhões o Orçamento de Rio Grande da Serra. Os 100 postulantes majoritários – 50 prefeituráveis e outros 50 vice – protocolaram ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) posses no valor de R$ 98,1 milhões, enquanto a peça orçamentária do menor município da região para 2016 é estimada em R$ 83,3 milhões.

O cenário remonta à eleição de 2008, quando os políticos que buscaram as prefeituras também registraram bens superiores à arrecadação de Rio Grande. A quantia oficializada junto à Justiça Eleitoral é subestimada, uma vez que, por lei, os candidatos podem declarar valores venais dos imóveis que possuem, não os preços praticados no mercado – há, por exemplo, apartamentos avaliados em R$ 30 mil.

O maior patrimônio foi informado por Aparecido Viana (PSC), candidato a vice na chapa de Fabio Palacio (PR), em São Caetano. Empresário do ramo imobiliário, o social-cristão disse ter R$ 16,6 milhões, quantia 33,5 vezes maior do que a externada por Palacio (R$ 494,8 mil).

A relação discrepante de valores entre Palacio e Aparecido Viana é confirmada em âmbito regional. No total, os postulantes à vice declararam R$ 58,9 milhões, enquanto os prefeituráveis afirmaram possuir R$ 39,1 milhões – 50,8% de diferença.

A segunda maior lista de bens foi apresentada pelo vereador Beto Vidoski (PSDB), vice do ex-prefeito de São Caetano José Auricchio Júnior (PSDB). Vidoski informou à Justiça Eleitoral possuir R$ 10,7 milhões, 2,8 vezes a mais que Auricchio (R$ 2,8 milhões).

No total, oito candidatos não declararam bens ao TSE – Rafael Daniel (PMDB-Santo André, prefeito), César Raya (PSTU-São Bernardo, prefeito), Vadinho (PV-São Caetano, prefeito), Silvino Roque Neto (PMN-Diadema, prefeito), Rosângela Von Mühler (PMN-Diadema, vice), Andreia Bispo (Rede-Mauá, vice), José Cantídio Lima (PSTU-Ribeirão Pires, prefeito) e Mauro da Autoescola (PTB-Rio Grande da Serra, vice).

Até pela listagem apresentada por Aparecido Viana e Beto Vidoski, é em São Caetano onde os candidatos mais possuem bens. Somados os patrimônios declarados dos 16 nomes envolvidos no pleito, a quantia chega a R$ 37,7 milhões (R$ 6,9 milhões dos postulantes a prefeito e R$ 30,8 milhões dos vice).

Dos prefeituráveis, a maior lista de bens foi confirmada pelo prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), que busca a reeleição. São R$ 2.880.623,02 em posses. Em 2012, o verde declarou R$ 1,075 milhão – alta de 167,7% em quatro anos. Auricchio, com R$ 2,82 milhões, Tunico Vieira (PMDB-São Bernardo), com R$ 2,78 milhões, Orlando Morando (PSDB-São Bernardo), com R$ 2,24 milhões, e Raimundo Salles (PPS-Santo André), com R$ 2,18 milhões, vêm na sequência.

Todos os prefeitos que tentam a reeleição registraram aumento no patrimônio. Carlos Grana (PT-Santo André) subiu de R$ 569,5 mil para R$ 963,2; Paulo Pinheiro (PMDB-São Caetano) passou de R$ 448 mil para R$ 808,8 mil; Donisete Braga (PT-Mauá) acresceu de R$ 878 mil para R$ 1,18 milhão; Saulo Benevides (PMDB-Ribeirão) saltou de R$ 434 mil para R$ 573,5 mil; e Gabriel Maranhão (PSDB-Rio Grande) pulou de R$ 675 mil para R$ 1,24 milhão.

Na comparação entre 2012 e 2016, o volume total de bens declarados cresceu 132,6%. Há quatro anos, os 74 candidatos (37 a prefeito e outros 37 a vice) assumiram ter R$ 42,17 milhões ante R$ 98,1 milhões. Na relação com 2008, o acréscimo foi de 116,27% em relação a este ano – os 54 postulantes (27 a prefeito e 27 a vice) afirmaram possuir R$ 45,4 milhões. 




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