Os parlamentares da CPI do Futebol vão pedir uma perícia da Polícia Federal para se averiguar a autenticidade da fita da conversa gravada entre o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e os presidentes de federações estaduais. Na gravação, Teixeira chama o relator da CPI, senador Geraldo Althoff (PFL-SC), de cara-de-pau e diz que é preciso unir esforços para impedir a conclusão dos trabalhos.

A cópia da fita chega nesta quarta às mãos dos senadores. O presidente da CPI, senador Álvaro Dias (sem partido-PR), já avisou que o resultado da perícia será encaminhado à secretaria-geral da Mesa, para uma avaliação se houve crime de calúnia nas supostas declarações do presidente da CBF.

O relator da CPI, senador Geraldo Althoff, voltou a afirmar que as declarações que envolvem o seu nome e do presidente Álvaro Dias serão relevadas. Mas o mesmo não acontecerá com os comentários relativos aos senadores.

Um dos integrantes da Comissão considerou o conteúdo das gravações extremamente grave e acredita que isso poderá complicar ainda mais a posição do presidente da CBF.   Álvaro Dias também criticou duramente a ação movida pelos advogados da CBF, na tentativa de impedir que o Supremo Tribunal Federal divulgue os sigilos bancários, fiscais e telefônicos da CBF, mesmo depois da votação do relatório final. Os advogados argumentam que essa publicidade de dados é ilegal, uma vez que o que ocorre, na verdade, é uma transferência de sigilo, e que os dados não podem ser divulgados.

Eurico Miranda – A CPI do Futebol no Senado encaminhou ontem mais uma representação criminal à Procuradoria-Geral da República contra o presidente do Vasco, deputado Eurico Miranda (PPB-RJ). A representação se refere à ameaça do parlamentar contra os funcionários da CPI que foram até São Januário, no dia 4 de julho, recolher documentos contábeis do clube. É a sexta representação da CPI contra Miranda – três delas criminais, apresentadas ao Ministério Público. As outras foram protocoladas na presidência da Câmara.

Os senadores ouvem quinta o depoimento do presidente do Flamengo, Edmundo Santos Silva, contra quem pesa uma série de denúncias, principalmente as referentes à transação feita entre o clube e o Venezia, da Itália, para a compra de Petkovic, por US$ 6,5 milhões. O Flamengo afirma que pagou esse valor, mas funcionários do clube garantem que o Venezia recebeu apenas US$ 4,5 milhões.