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Fulvio Pennacchi terá obra restaurada em Mauá
Por Everaldo Fioravante
Do Diário do Grande ABC
03/08/2005 | 09:21
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A história de um grandioso afresco de autoria de Fulvio Pennacchi (1905-1992) realizado em Mauá, em 1951, deve ganhar novos rumos ainda este ano. Hoje a obra está encoberta por uma camada de tinta à óleo, mas há a intenção de trazer de novo à tona as cores originais da paleta de Pennacchi. Essa é uma das ações que integram a celebração pelo centenário de nascimento do artista plástico italiano.

O afresco em questão chama-se O Balão e retrata uma cena típica de festejo popular brasileiro. Foi criado para a residência do industrial Cândido Cerqueira Leite, onde atualmente funciona uma unidade da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

“Já foi obtido o patrocínio para tirar a camada de tinta à óleo e para a restauração e a remoção da obra. A parede será retirada do local. A previsão para início do trabalho é setembro”, diz Valerio Antonio Pennacchi, idealizador e diretor do Projeto Pennacchi, por meio do qual são feitas as homenagens referentes ao centenário do artista.

Segundo Valerio, após a remoção o afresco deve seguir para Campos do Jordão. “O patrocínio é de um grupo de industriais e banqueiros paulistas, porém ainda é um assunto confidencial, então não posso divulgar os nomes dos envolvidos. Esse grupo pretende criar um centro de artes em Campos do Jordão, onde ficaria o afresco”, afirma. Valerio, 58 anos, primo distante de Pennacchi, não sabe informar quanto tempo faz que a obra está encoberta pela camada de tinta à óleo.

Pennacchi ainda assina uma outra composição do gênero no Grande ABC. O afresco Maria, José e o Menino no Presépio e Fuga Para o Egito, de 1954, foi realizado na parede que envolve o altar da Igreja de São José, em Ribeirão Pires. Embora tenha algumas interferências, estas não descaracterizam o trabalho. A integridade dele é mantida.

Centenário – Ao longo deste e do próximo ano, uma série de outras ações darão conta da celebração do centenário de nascimento de Pennacchi.

Em São Paulo há duas exposições de Pennacchi em cartaz. Elas são promovidas pelo Instituto Moreira Salles (tel.: 3825-2560), uma na sede do instituto (originais) e outra na galeria do Shopping Frei Caneca (reproduções). Ambas apresentam projetos para cartazes publicitários assinados pelo artista.

Para março do próximo ano está programada uma retrospectiva da obra de Pennacchi na Pinacoteca do Estado, com curadoria de Tadeu Chiarelli. A última retrospectiva do artista foi em 1973, no Masp. Na abertura desta exposição deve ser lançada também uma biografia de Pennacchi, de autoria de Valerio – será o quarto livro dele sobre o parente artista.

Outro trabalho envolvendo o nome de Pennacchi é a catalogação completa da obra. Valerio também está à frente deste projeto. “Pennacchi foi desenhista, pintor, escultor, gravador e fez afrescos. A estimativa é que tenha criado cerca de 10 mil obras. A catalogação começou em abril e a primeira fase dela deve durar uns três anos”, diz Valerio.

Conforme ele, o objetivo é fazer um catálogo raisonné (publicação com imagens e fichas técnicas de todas obras realizadas pelo artista). No Brasil, o único artista plástico que tem um raisonné é Candido Portinari (1903-1962).

As ações do centenário de Pennacchi não param por aí: para setembro ou outubro está nos planos a realização de uma exposição ou leilão, em local ainda a ser definido. Mais informações sobre o Projeto Pennacchi podem ser obtidas por meio do telefone 3746-8775.



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