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Greve na PF atinge 80% da categoria
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09/03/2004 | 23:48
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Em torno de 80% dos policiais, peritos e papiloscopistas da Polícia Federal paralisaram nesta terça-feira suas atividades, na primeira grande greve desencadeada por funcionários públicos federais no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As operações 'Suporte' – que combate o crime organizado no Estado do Rio – e a 'Unaí' – que investiga o assassinato dos fiscais do Ministério do Trabalho em Minas Gerais – foram as maiores prejudicadas com a manifestação, já que todos os agentes da Polícia Federal que trabalhavam nos dois casos, aderiram ao movimento. A direção da PF editou uma portaria estipulando regras para os grevistas que devem deixar suas armas e coletes nas repartições.

O primeiro dia foi tranqüilo, já que, ao contrário do que se esperava, não foi registrado nenhum incidente grave em todo o país. Os policiais dos Estados do Sul e do Rio, foram os que tiveram maior adesão, de quase 100%, mantendo-se apenas os serviços essenciais, como emissão de passaportes para casos excepcionais, plantões, segurança de autoridades e vigilância da carceragens. Nas demais regiões do país, aproximadamente 70% dos policiais federais também estão de braços cruzados, mas nos próximos dias o número poderá ser ainda maior, conforme admite a própria PF, que espera uma alternativa negociada para parar a greve. "Se a paralisação ultrapassar 15 dias, poderá ser o caos", afirmou uma fonte da cúpula da instituição, que preferiu não se identificar.

Os policiais federais reivindicam a equiparação salarial de nível superior, já que uma lei de 1996 estipulou a necessidade de curso universitário para a categoria, mas manteve os vencimentos como de nível médio. Para corrigir o equívoco, o governo precisa mandar um novo projeto de lei para o Congresso.

Verba – Apesar de reconhecer que os motivos da greve são legítimos, os Ministério da Justiça e do Planejamento alegam falta de recursos para atender à reivindicação dos policiais. Os salários iniciais da categoria, que hoje estão em torno de R$ 4,1 mil, subiriam para R$ 7,4 mil, elevando a folha de pagamento do funcionalismo de R$ 150 milhões para R$ 600 milhões.

Caso Diniz – O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), declarou nesta terça-feira que se a greve dos policiais federais resultar na paralisação do inquérito que apura no Rio de Janeiro as denúncias contra o ex-subchefe de Assessoria Parlamentar da Casa Civil Waldomiro Diniz, a Casa não terá outra saída senão a de apoiar a CPI sobre o caso. "A CPI será mais do que nunca necessária", observou o corregedor.




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