Política Titulo Mauá
Suares admite deficit de R$ 60 mi na Sama

Superintendente da autarquia de distribuição
de água em Mauá diz que meta é estancar rombo

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
02/01/2016 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


A Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) fechou 2015 com deficit em torno de R$ 60 milhões. A estimativa foi dada pelo superintendente da autarquia, o vereador licenciado Paulo Suares (PT). O petista afirmou que sanar os débitos da empresa será prioridade, independentemente do futuro da companhia, já que o prefeito Donisete Braga (PT) negocia o retorno da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) para a cidade.

Suares explicou que uma das medidas a serem tomadas será a regularização das ligações clandestinas na cidade, o que também possibilitará a redução do índice de furto de água, que chega a 30%. “Estou lá na Sama justamente para tocar a empresa e melhorar as condições de trabalho. Se amanhã ou depois será outra empresa (que administrará o abastecimento de água no município) é outra história”, afirmou Suares. Para localizar e mapear as irregularidades, a Sama buscará apoio da Odebrecht Ambiental, que tem a concessão da gerência do serviço de saneamento no município. “Em janeiro, vamos nos reunir com o pessoal da Odebrecht e montar essa força-tarefa (para identificar as ligações clandestinas).”

O rombo de R$ 60 milhões na Sama no ano passado ainda não é o valor definitivo, já que as planilhas só deverão ser fechadas na primeira quinzena de janeiro. Mas Donisete já havia alertado para a saúde financeira deficitária da autarquia, que impede que a companhia honre o pagamento à Sabesp referente a compra do metro cúbico de água. De acordo com Suares, a Sama deixou de arrecadar R$ 2,2 milhões por mês em 2015 (R$ 26,4 milhões no ano), em comparação com a receita de 2014.

Em novembro, o Diário mostrou que, no ano passado, a Sama chegou a pagar apenas 1,23% do valor cobrado pela Sabesp pelo atacado de água vendido ao município. Relatório da companhia estadual, obtida pelo vereador oposicionista Manoel Lopes (DEM), mostra que, desde 1996, época em que o serviço de distribuição de água foi municipalizado, a Sama nunca quitou o valor da tarifa emitida pela Sabesp. Suares, no entanto, questiona os valores calculados pela estatal, argumentando que há também uma “diferença entre o que é cobrado (pela Sabesp) e o que é repassado ao município”.

O abastecimento de água na cidade é considerado calcanhar de Aquiles da gestão petista, já que as tubulações são arcaicas e possibilitam o desabastecimento de água. Além de intensificar o diálogo com a Sabesp para devolver o serviço à empresa estadual, Donisete também conseguiu emplacar a PPP (Parceria Público-Privada), que prevê investimentos na ordem de R$ 153 milhões no setor ao longo de 30 anos. 




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