Já era o tempo em que os profissionais ficavam 20, 30 ou 40 anos na mesma empresa. Atualmente, o mercado de trabalho é bastante rotativo. O grande número de experiências em diferentes empresas pode ser explicado, uma vez que 72% dos profissionais afirmam que já pediram demissão pelo menos uma vez.

Entre os empregados, 75,5% já o fizeram e, entre os desempregados, 66,6%. Isso é o que aponta estudo realizado pela Catho Online, site de currículos e empregos.

A pesquisa identificou ainda que a maioria dos profissionais já passou por até cinco empregos em sua carreira. Entre os empregados, a média é de 63%, já entre os desempregados, a frequência é ainda maior, totalizando 67%.

Os fatores apontados por empregados e desempregados para pedir demissão são semelhantes. O primeiro, e mais decisivo fator, é o recebimento de uma nova proposta, seguido por descontentamento com o salário e insatisfação com as atividades que exercia (veja arte ao lado).

Segundo o diretor de marketing da Catho, Adriano Meirinho, os profissionais mais jovens possuem a necessidade de estar sempre em busca de novos desafios e novas atividades para se sentirem motivados, dessa forma a média encontrada é compreensível. "Mas também é preciso relacionar essa procura aos outros motivos identificados, como a necessidade de melhores propostas de trabalho, aumento de salário e atividades que tragam satisfação."

DESLIGAMENTO - Para a consultora de RH da Catho Daniella Correa, essa é uma decisão muito pessoal, que vai depender da relação que o empregado tem com o seu superior, da política da empresa e do motivo da sua saída. "Por se tratar de um assunto delicado para ambos, o mais indicado é que o profissional veja a disposição do seu superior e agende uma reunião para conversarem em particular."

Ainda segundo ela, para entender se é um bom momento para mudar de emprego, o profissional precisa considerar a potencialidade de crescimento na empresa em que atua, a sua satisfação e dedicação nas atividades, quais são os reais motivos de insatisfação e se é algo pontual ou algo que já vem incomodando há tempos.

Além disso, é importante ter em mente que um salário ou mesmo benefícios mais atraentes não devem, sozinhos, servir como justificativa para a mudança de empresa, pois se não houver motivações profissionais, a mesma levará à frustração.

"O profissional deve marcar o ambiente organizacional com comprometimento e competência até o último dia de trabalho e, ainda, ser transparente sobre sua decisão de saída. É isso que os ex-chefes irão lembrar, seja na hora de recontratar ou mesmo de indicá-lo para uma nova oportunidade de trabalho", diz Daniella.

Saiba como evitar gafes ao mudar de emprego

O funcionário que deseja pedir demissão da empresa precisa ter alguns cuidados para não ‘manchar' sua imagem profissional. Nesse momento da carreira é importante evitar falar mal de pessoas ou da empresa, fazer comentários sobre situações em que não é possível provar e utilizar palavras ofensivas. "Isso demonstra uma conduta madura e de respeito", conta a consultora de RH da Catho Online Daniella Correa.

Ela explica que o ideal é nunca deixar o chefe na mão, sem um prazo para que consiga contratar alguém (é por isso que o aviso-prévio serve), para que a empresa possa se preparar. "Além disso, agradeça a chefia pelo tempo de atuação."

Ser claro e objetivo são duas qualidades admiradas em momentos como esses. "Esteja preparado para discutir seus motivos. Se estiver na empresa já há algum tempo ou se ocupar um cargo de maior responsabilidade, é possível que seu chefe tenha algumas perguntas para você, ou talvez ele possa lhe fazer uma contra-proposta", aconselha a consultora de RH.

Outra dica é pensar bem sobre o assunto para não se arrepender depois. Tenha certeza e trace suas metas, pois é necessário ter convicção de que não deseja mais trabalhar na empresa. "Saiba o que pode lhe fazer ficar ou não na empresa, seja um aumento de salário, ganho de benefícios ou uma promoção", pondera Daniella.