Trata-se de um incidente sem precedentes entre os Estados Unidos e a Rússia desde o fim da Guerra Fria. Os casos de espionagem sao freqüentes entre os dois antigos blocos inimigos, mas desde 1991 jamais atingiram oficialmente os diplomatas de alto escalao.

Cheri Leberknight, segunda secretária do Departamento Político-Militar, se dispunha a receber ``de um cidadao russo documentos classificados como segredo de Estado sobre as informaçoes militares e estratégicas' quando foi presa, afirmou um porta-voz do Serviço Federal de Segurança (FSB, ex-KGB), Alexander Zdanovich, que a acusou de ser uma ``colaboradora da CIA (Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos).

A embaixada norte-americana nao pôde confirmar ou comentar a informaçao. Logo após a prisao, Moscou protestou energicamente ante o cônsul pelas atividades da diplomata, segundo ainda Zdanovich, que nao deu detalhes sobre as medidas de represália previstas pelo governo russo.

No geral, um diplomata estrangeiro suspeito de espionagem é declarado "pessoa nao grata" no país, e deve deixá-lo o mais rápido possível. Trata-se do segundo caso de espionagem em 24 horas entre os dois países e inúmeros observadores relacionaram ambos acontecimentos.

Para muitos especialistas, o interrogatório ao qual foi submetida Leberknight é uma resposta à acusaçao de segunda-feira, nos Estados Unidos, de um suboficial da marinha americana, Daniel King.

King, 40 anos e há 18 na US Navy, foi acusado de ter fornecido informaçoes à Rússia, em 1994. Há 12 dias, um pesquisador do Instituto Acadêmico Russo EUA-Canadá foi acusado de alta traiçao pelo FSB.