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PDV na Mercedes-Benz tem adesão de 1.300 pessoas
Por Emerson Coelho
Do Diário do Grande ABC
08/08/2009 | 07:00
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Alguns funcionários da fábrica da Mercedes-Benz de São Bernardo que aderiram ao PDV (Programa de Demissão Voluntária) da montadora alegam que foram pressionados a integrar o programa, em vigor desde maio, do contrário, poderiam ser desligados sem receber os benefícios inclusos no pacote de demissão, como o recebimento de quatro salários.

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, só em julho cerca de 1.300 trabalhadores da Mercedes foram desligados por meio do PDV por conta da crise que vive o setor de caminhões e ônibus. "A medida atingiu principalmente os aposentados, pois na realidade a empresa já queria demiti-los por causa da queda da produção e o PDV foi uma forma menos dolorosa para desligá-los", comentou.

"Eu não queria sair, mas a empresa me comunicou que eu teria até o dia 18 de julho para assinar o PDV e, se não concordasse, poderia ser demitido sem os benefícios quando voltasse de férias (coletivas) no dia 25", afirmou o ex-funcionário da montadora, Josias Santana Silva, com 49 anos, sendo 21 de Mercedes.

Trabalhando como operador de máquinas no setor de usinagem de engrenagens, Silva estava aposentado desde 2006, e não teve outra opção a não ser assinar o PDV. "No RH (recursos humanos) me disseram que se eu não assinasse, era para eu levar minhas carteiras profissional e funcional em determinado dia, ou seja, não me deram outra opção", lamentou.

Situação parecida viveu o também aposentado Alcides Guirao Ratanelli, 50, operador de máquinas da Mercedes por 26 anos. "Eu estava de férias remuneradas e recebi uma carta para comparecer na empresa para assinar o PDV. O pessoal do RH disse que se eu não concordasse poderia ser demitido", salienta.

O principal problema que a Mercedes enfrenta é a queda nas exportações, que no primeiro semestre tiveram retração de 50%, tanto nas encomendas de ônibus quanto de caminhões. No caso dos contratos para fornecimento de motores aos Estados Unidos, a diminuição foi de quase 100%. Em 2008, 10 mil unidades foram comercializadas para aquele País e, neste ano, cerca de 50.

Procurada pela reportagem, a montadora negou, por meio de sua assessoria, que haja pressão interna para que funcionários integrem o PDV e disse não ter contabilizado ainda quantos funcionários aderiram ao programa, que continua em vigor até o dia 24 deste mês.




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