O delegado do 46º Distrito Policial, Edvaldo Faria, que anunciou nesta segunda-feira a intençao de indiciar o diretor da CPTM, revelou que ainda nao sabe quem ocupa o cargo. A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos mantém sobre sigilo o nome responsável.

A investigaçao será encerrada nesta semana e o diretor será acusado de homicídio culposo e de lesoes corporais culposas. Ele deve ser interrogado nesta semana. A decisao de Faria foi tomada com base no laudo do Instituto de Criminalística (IC), que culpa a CPTM pelo acidente.

De acordo com o delegado, o documento mostra que a empresa falhou ao nao colocar calços nos trens. Sem freios, o calçamento era necessário para impedir que a composiçao se movesse. "Teria de ser um calço adequado e nao um que fosse achado na hora."

O laudo exclui de culpa o maquinista Osvaldo Pierucci, que conduzia o trem que desceu e se chocou com outro, em Perus. O laudo diz que é "inconcebível" em um sistema operacional imaginar o maquinista procurar um calço adequado para segurar o trem.

No relatório da comissao de sindicância da CPTM, o maquinista é responsabilizado porque nao teria feito o calçamento adequado. O laudo do IC também aponta a falha da empresa, que nao rebocou a composiçao sabendo das restriçoes dos freios - com a falta de energia elétrica, o equipamento perdeu o ar. "Era impossível saber até que momento o freio suportaria e a empresa deveria ter tomado providências", disse Faria.