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Piscinões estão tomados pelo mato

Córregos de Sto.André têm lixo acumulado e preocupação cresce com iminência de temporais

Maíra Sanches
31/10/2011 | 07:00
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A menos de dois meses do ínicio do verão, as prefeituras se programam para adequar os reservatórios do Grande ABC às cheias da estação. No entanto, durante a semana o Diário flagrou mato alto e aparência de abandono em alguns piscinões da região. A região conta com reservatórios nos municípios de Santo André, São Caetano, São Bernardo, Diadema e Mauá.

Em março, o governo estadual assumiu a manutenção e a segurança dos reservatórios. Muitos municípios não tinham capacidade financeira para manter os contratos, o que acabou causando assoreamento e provocando redução de 20% na capacidade de armazenamento.

O problema é que os trabalhos atrasaram e os próprios municípios tiveram de providenciar a limpeza antes da ocorrência de chuvas fortes. Em São Bernardo, onde há 14 reservatórios, sendo dez estaduais e quatro municipais, a Prefeitura pretende gastar R$ 3 milhões até o fim do ano. De março até agora foram retirados 39 mil metros cúbicos de lixo.

Em Santo André, onde há seis reservatórios, a limpeza ocorre duas vezes por ano, em abril e novembro. O investimento na limpeza não foi informado pela administração.

A Prefeitura de Mauá disse que trata da questão da manutenção dos piscinões com o governo estadual. Enquanto isso, aposta na Operação Limpa Rio para evitar transbordamentos. A primeira ação foi desenvolvida no Córrego Corumbé, que tem quatro quilômetros de extensão, e no Rio Tamanduateí, de onde foram retiradas cerca de 500 toneladas de areia, terra, restos de móveis, eletrodomésticos e carcaças de automóveis.

Os córregos Taboão, Serraria, Barroca e Oratório receberão manutenção até o fim do ano. O Departamento de Águas e Energia Elétrica não informou sobre a manutenção dos dois piscinões de Diadema. Em São Caetano, onde há um piscinão, a Prefeitura gasta R$ 150 mil anuais para preservá-lo. A última limpeza foi feita em julho e a outra será realizada até dezembro.

Na beira de córregos de Santo André há amontoados de entulho e lixo doméstico. Caso o montante não seja removido a tempo, a primeira chuva que castigar a região irá arrastar os dejetos aos bueiros, dificultando a passagem da água.

Para o professor de Geologia da Universidade de São Paulo Paulo Boggiani, os reservatórios são insuficientes para absorver o excesso de água. "O piscinião imita a natureza em uma área menor. É uma solução viável, o problema é a falta de limpeza periódica." A construção de galerias de águas pluviais também é indicada como forma de evitar a precipitação e retardar a descida da água.

Boggiani afirma que a população tem co-responsabilidade para ocorrência de alagamentos. "A ausência de vegetação compromete a absorção, mas as pessoas precisam colaborar sem depositar lixo em bocas de lobo. Caso contrário, o problema só tende a piorar."




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