Política Titulo Precatórios
Frente de prefeitos tenta reverter regras do STF

Em Brasília, chefes de Executivo buscam flexibilizar critérios da Corte sobre quitação de precatórios

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
07/04/2015 | 07:00
Compartilhar notícia
Montagem/DGABC


A FNP (Frente Nacional de Prefeitos) tentará mais uma vez em Brasília reverter regras impostas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o pagamentos de precatórios (débitos judiciais). Esta é uma das principais pautas do grupo, que se reúne de hoje até quinta-feira com alvo de mudar a situação, considerada inviável.

Na semana passada, a Suprema Corte derrubou dois pontos da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 62, aprovada em 2009 no Congresso, para facilitar a quitação de dívidas de órgãos públicos com cidadãos. O primeiro foi reduzir de 15 para cinco anos. O segundo é o veto ao uso da TR (Taxa Referencial), utilizado para poupanças com variação inferior à inflação, para calcular os juros sobre o passivo. O IPCA-E (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial), que é maior que o fator inflacionário, passa a ser usado.

“Um dos nossos focos é trabalhar para que PEC tenha limite de 3% dos recursos próprios líquidos do município”, assegurou o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), que confirmou presença no encontro. O petista andreense indicou que administração destina mensalmente 3,83% do Orçamento municipal para precatórios – cerca de R$ 6 milhões. “O momento é decisivo para os municípios. Desde que o nosso mandato começou estamos cumprindo rigorosamente essa meta”, adicionou Grana.

Outro prefeito que estará na Capital Federal, Donisete Braga (PT), de Mauá, espera que o encontro sensibilize decisão do STF. “Primeiro que esta medida não teve espelho do que as administrações estão enfrentando atualmente. O que estamos pagando aqui na cidade está sendo cumprido por conta de um planejamento muito exigente”, destacou.

O chefe do Executivo de Mauá relatou que o montante local chega a R$ 212 milhões e atualmente a administração quita 3,5% por mês do orçamento anual – algo em torno de R$ 2,3 milhões. “É cenário tenebroso, pois muitos municípios perderam com queda de arrecadação de ICMS, o que já comprometeu os planejamentos financeiros”, acrescentou.

Os prefeitos de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), e o de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB), também irão a Brasília. Marinho criticou a decisão da Corte. “Na verdade, o STF armou grande confusão. Fizeram uma coisa que não compete (a eles), pois a parte de legislação é com o Congresso Nacional. Invadiu área do Legislativo”, atacou. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;