O governo de Santo André conseguiu o aval dos vereadores e vai investir R$ 23 milhões a mais no setor da educação neste ano, porém, sem retirar recursos da saúde, como pretendia inicialmente. A administração do prefeito João Avamileno (PT) recuou da tentativa de retirar R$ 4,2 milhões da área da saúde e apresentou projeto substitutivo que abre o crédito suplementar, mas remanejando recursos e diminuindo investimentos em diversos setores do governo.

A proposta foi aprovada em definitivo na sessão desta terça, com 18 votos favoráveis, mas sem muitas discussões, apesar da polêmica que o assunto gerou na semana passada. Na ocasião, os vereadores chegaram a aprovar a matéria, mas o fato causou desgastes no governo petista, que foi questionado por parlamentares da própria bancada de sustentação devido à intenção de tirar verba da saúde.

Na mensagem legislativa aditiva que encaminhou junto com o projeto, o prefeito ressaltou que, apesar de a proposta inicial ter sido um “mero” remanejamento orçamentário que proporcionaria importantes investimentos na área da educação, as alterações atendem à solicitação feita pelos vereadores, “no sentido de deixar absolutamente claro à população de Santo André o zelo com que o governo trata as finanças municipais”.

Mesmo com o recuo do governo, o vereador governista José Montoro Filho (PT), o Montorinho, ainda defende a proposta inicial da administração. Segundo análise do parlamentar, o texto original não retirava recursos da saúde, mas anulava verbas que foram indexadas, ou superestimadas, na elaboração do projeto de lei do Orçamento, em setembro do ano passado. “O assunto se transformou numa questão política e por isso o governo teve de fazer a mudança”, afirmou Montorinho, que classificou o episódio como uma “confusão” gerada pela falta de estudo do Orçamento, o que causou prejuízos políticos para a administração.

A vereadora oposicionista Dinah Zekcer (PTB) contestou o posicionamento de Montorinho, mas comemorou a “sensibilidade” do governo em mudar o projeto. O também oposicionista Luiz Zacarias (PL) disse que compreendeu a intenção da administração, mas ressaltou a importância dos investimentos em todas as áreas, em especial na saúde. “Não poderíamos aprovar um projeto que tiraria o direito de investir mais R$ 5 milhões na saúde”, disse Zacarias.