Suplementos Titulo Vestibular
Estímulo federal pode ser saída

Pró-reitor de Graduação da USCS defende incentivo governamental para que estudantes optem por áreas acadêmicas no vestibular

Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
11/11/2014 | 07:00
Compartilhar notícia


De olho nos possíveis problemas decorrentes da falta de educadores no País nos próximos anos, o pró-reitor de graduação da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Marcos Antônio Biffi, defende política de incentivo por parte do governo federal para estimular o ingresso de vestibulandos em cursos de licenciatura.

Na visão do especialista, o cenário atual pede ação urgente por parte do MEC (Ministério da Educação). “Entendo que deveria haver bolsas de estudo para que, ao invés de pagar, o aluno receba em troca de cursar carreiras de licenciatura”, comenta. Para Biffi, a falta de professores para lecionar aulas do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental nos próximos dez a 20 anos é uma realidade. “É um dos principais problemas para o próximo ministro da Educação.”

A formação de professores deveria ser oferecida basicamente pelas instituições de Ensino Superior municipais, estaduais e federais, segundo Biffi. “As universidades privadas disponibilizam mais o curso de Pedagogia, tendo em vista que não exige laboratórios. É o famoso curso GLS (Giz, Lousa e Saliva)”, brinca o pró-reitor.

A valorização da carreira docente é outro tema abordado por Biffi. Segundo ele, é preciso que as propostas estabelecidas no PNE (Plano Nacional da Educação) sejam colocadas em prática. “No geral, os municípios acabam usando a verba do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) quase que exclusivamente para complementar o salário dos docentes, quando o recurso deveria ser usado para realização de melhorias no ensino.”

PROGRAMAS

O MEC disponibiliza três programas principais como forma de incentivo à carreira de educador. São eles: ProUni (Programa Universidade para Todos), que disponibiliza bolsas de estudo em instituições privadas de Educação Superior, Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior), destinado a financiar a graduação de estudantes de baixa renda, que não tenham condições de arcar com as despesas de sua formação e a UAB (Universidade Aberta do Brasil), que tem como prioridade a formação a distância de professores para a Educação Básica.

Pré-requisito para a área é gostar do ser humano, diz especialista

A pergunta feita para os estudantes do curso de Pedagogia no primeiro dia de aula sobre o porquê da escolha da carreira tem sempre a mesma resposta: o amor pelas crianças. Conforme a coordenadora do curso de Pedagogia da Faculdade Anhanguera de São Bernardo, Sandra Regina Augusto, mais que isso, o principal requisito para o ingresso na Educação é gostar do ser humano.

“Estaremos sempre envolvidos com as pessoas. O resultado positivo ou negativo do meu trabalho vai depender do bom profissional que eu for”, destaca a educadora. Outra recomendação da docente é que a pessoa seja responsável e disposta ao trabalho em equipe. “O professor deve estar pronto para aprender sempre. Ser um docente pesquisador, aberto ao novo e buscar conhecimento”, considera Regina.

Mesmo que o profissional sofra resistência dentro da própria família e também na sociedade, a especialista acredita que aos poucos chega a confirmação de que se fez a escolha certa. “Não se pode esperar que a valorização venha dos outros. Essa é a profissão mais importante de todas, com todo o respeito às demais.”

Licenciatura habilita docente para atuar na Educação Básica

Os cursos de licenciatura habilitam o profissional a atuar como professor na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e Médio. São cursos superiores de graduação que formam profissionais licenciados em Química, Física, Letras, Matemática, Geografia, Ciências Biológicas e Pedagogia.

De acordo com o MEC, podem lecionar nos ensinos Fundamental e Médio das escolas de Educação Básica os graduados em licenciaturas e Pedagogia. Na Educação Infantil (creches e pré-escolas) e nos quatro primeiros anos do Ensino Fundamental, admitem-se professores com formação mínima de nível médio, na modalidade normal. Porém, o projeto de lei 5.395/09, que tramita no Congresso Nacional, prevê que apenas a Educação Infantil admita professores com formação mínima de nível médio na modalidade normal. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;