Líderes do governo distribuíram nessa terça-feira certidao eleitoral que atesta a filiaçao do procurador ao PT para questionar sua isençao nas investigaçoes em torno do ex-assessor presidencial Eduardo Jorge Caldas Pereira. A certidao diz que o PT comunicou, em 14 de abril de 1998, a desfiliaçao de Luiz Francisco da lista de filiados, onde figurava desde 3 de abril de 1989.

"Ele nao foi desfiliado antes por desorganizaçao do partido", disse o ex-deputado Chico Vigilante, membro da Executiva do partido no Distrito Federal. "Em 1998, eu dei uma declaraçao a ele mostrando que havia pedido a desfiliaçao em 1995", complementou.

Irritado ao ser questionado sobre o paradeiro da carta de desfiliaçao, Luiz Francisco disse que dedicou o dia à exposiçao que ele e mais quatro procuradores farao nesta quinta-feira ao Senado. "Nao tive tempo para ir atrás desse documento", disse Luiz Francisco, referindo-se ao depoimento.

O procurador reuniu três documentos para tentar contestar os dados contidos na certidao eleitoral. Em ofício encaminhado ao procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, em julho de 1995, Luiz Francisco cita que a desfiliaçao fora feita em junho anterior.

Em maio de 98, ata de reuniao do Conselho Superior do Ministério Público Federal afirma que ele comunicou seu pedido de desfiliaçao do PT antes de tomar posse no cargo.

A assessoria da Procuradoria Geral da República disse que Brindeiro obteve vitória em açao movida em 1997 que pediu a proibiçao de filiaçao partidária para membros do órgao.