Economia Titulo Descréscimo
Cai demanda das empresas por crédito

Serasa aponta queda de 4,2% em novembro ante a outubro; resultado reflete situação das micro e pequenas empresas

Por Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
15/12/2009 | 07:00
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A procura por crédito de, aproximadamente, 1,2 milhão de empresas nacionais teve sua quarta queda mensal consecutiva em novembro. O acumulado mensal registrou decréscimo de 4,2% em relação a outubro. Boa parte do resultado negativo reflete situação das micro e pequenas empresas, que tiveram queda de 4,3%, e médias companhias, com recuo de 4,4%.

Os dados são da pesquisa Indicador Serasa Experian de Demanda das Empresas por Crédito. A apuração considera os CNPJs (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) que tiveram relação com instituições financeiras ou empresas não financeiras.

Enquanto o indicador caiu na comparação mensal, a busca por crédito no mês passado, em relação a novembro de 2008, cresceu 0,4%.

No acumulado do ano, as micro e pequenas companhias registraram queda de 5,2% em relação ao mesmo período de 2008. A média das empresas de todos os portes, na mesma comparação, teve o melhor resultado do ano, recuo de 5,1%.

Um dos assessores econômicos da Serasa, Carlos Henrique de Almeida, explica que as empresas de menor porte apresentam risco "e têm baixa garantia de retorno do crédito" às instituições financeiras.

Para professor de economia da Universidade Metodista de São Paulo e da Universidade Municipal de São Caetano do Sul, Sandro Maskio, a baixa procura por crédito é normal diante de um cenário pós-crise financeira. "Acredito que no segundo trimestre do ano que vem a situação volte ao patamar de setembro de 2008", avalia, lembrando o início da crise financeira.

As grandes empresas são destaque em todas as comparações. Em novembro, ante outubro, houve acréscimo de 0,9% e sobre o mesmo mês do ano passado, alta de 12,7%. No recorte acumulado do ano, o crescimento foi de 4,3%.

O setor de serviços apresentou melhor resultado no acumulado entre janeiro e novembro, com decréscimo de 4,8%, comparado ao mesmo período de 2008. O indicador subiu devido à engorda de 4,2% na procura por crédito do setor em novembro, contra o mesmo mês do ano passado.

BANCOS - Segundo o assessor técnico da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Ademir Vian, "as empresas estão aguardando o começo de 2010 para novos investimentos". Ele afirma que, para os bancos, a micro e pequena empresa representa mercado comum como as demais companhias. "E vários bancos têm setores especiais para atendê-las", completa.




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