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Pena alternativa ajuda hospital
Por William Cardoso
Do Diário do Grande ABC
13/03/2009 | 07:00
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Não tem cela, nem o clima pesado dos presídios. É no Hospital Estadual Mário Covas que sentenciados a penas alternativas têm colaborado com a sociedade de forma produtiva, restituindo com trabalho algum dano provocado aos outros cidadãos. A parceria entre a Secretaria de Estado da Saúde e o Poder Judiciário tem dado resultados positivos.

A iniciativa começou a ser adotada em Santo André no fim do ano. O programa atinge principalmente pessoas que acabaram condenadas pela Justiça após uma briga entre vizinhos, discussões no trânsito, maus tratos a idosos e difamação. Todas são consideradas infrações de menor potencial ofensivo. Não há o risco de um homicida cumprir a pena alternativa, por exemplo.

Sem oferecer perigo, os sentenciados trabalham em áreas com as quais têm mais aptidão. Um mecânico é designado para o setor de manutenção, a dona de casa se torna responsável pela arrumação de camas e um jardineiro capina as áreas verdes do hospital. E tudo no anonimato. "Eles trabalham como qualquer outro de nossos colaboradores. Não há nada que os diferencie dos demais. O crachá e a roupa são os mesmos", explica o superintendente do hospital Geraldo Reple Sobrinho.

A unidade de Santo André conta atualmente com 18 pessoas que prestam esse tipo de serviço à comunidade. O diretor afirma que 41 já passaram pelo hospital desde a implementação da parceria. "São pessoas que cometeram algum deslize. Ninguém é completamente ruim ou perfeitamente bom. Não é raro alguns deles virarem voluntários depois", afirma o superintendente.

A experiência mudou a vida do caixa de posto de gasolina Edvaldo Menarbino, 41 anos. Ele se envolveu em um acidente de trânsito na volta de um rodeio, onde tinha bebido em excesso. Foi condenado pela Justiça. "Uma burrada da minha parte", diz.

Menarbino passou quatro horas por dia durante segundas e terças-feiras até cumprir a sua pena. Aproveitou o tempo para trabalhar nos setores de manutenção, transporte e jardinagem. Fez amigos no hospital e se sentiu útil à sociedade. "Até a minha mulher disse que mudei, e para melhor. Fui respeitado por todos, desde os médicos até os faxineiros."




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