Curador da Fundação ABC - prestadora de serviços na área da Saúde -, o vereador de São Caetano José Roberto Espíndola Xavier (PMDB) gerou polêmica ao declarar durante prestação de contas da Saúde, ontem, na Câmara, que a entidade tem R$ 28,1 milhões a receber do Paço, ao contrário dos R$ 46,1 milhões que a administração do prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) alega dever.

Esse é o maior débito da Saúde, que acumula R$ 73 milhões em restos a pagar.

Os parlamentares Pio Mielo (PT), Eder Xavier (PCdoB) e Severo Neto de Oliveira (PSB) fizeram seguidos questionamentos ao parlamentar sobre o fato. Fugindo da polêmica, o peemedebista não bateu de frente e apenas exibiu balanço da Fundação ABC para afiançar o valor. "É uma notícia boa, a dívida quase caiu pela metade. Quero crer que o primeiro número divulgado foi um erro da contabilização do governo, da Fundação ABC, ou da planilha colorida do excel com as empresas para quem devemos", comentou Pio.

A audiência pública teve a presença dos ex-vereadores Gilberto Costa (sem partido) e Adauto Reggiani (PSD). Costa foi incisivo ao criticar integrantes da gestão passada, como Carlos Roberto Seraphim (PPS), Xavier e o próprio Paulo Pinheiro. "Estiveram por 30 anos neste governo e a Saúde sempre foi boa, mas agora os médicos acham que nada presta."

Logo após a audiência da Saúde, a ex-secretária da Fazenda de São Caetano Sônia Aparecida Nogueira contribuiu para a polêmica e afirmou que a dívida de R$ 264,5 milhões da cidade pode ser reduzida após avaliação de contratos não processados, que somam R$ 35,8 milhões. A análise foi feita durante prestação de contas da execução orçamentária do terceiro quadrimestre de 2012 na Câmara.

De acordo com Sônia, os contratos não processados foram contabilizados em seus valores completos. Ou seja, a Prefeitura contratou o serviço por um tempo determinado e empenhou o preço total do serviço. "Pode ser que o serviço não tenha cumprido o contrato inteiro, aí o valor a se pagar é inferior", explicou.