Economia Titulo Balanço
Consignado cresce 13% na região
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
17/12/2012 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Os aposentados e pensionistas do Grande ABC demandaram neste ano bem mais dinheiro emprestado, de forma consignada, do que em 2011. Segundo levantamento do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), cedido com exclusividade à equipe do Diário, o valor médio das operações, entre janeiro e novembro, foi de R$ 3.219, alta de 21%. Em 2011, no mesmo período, eram R$ 2.656, ou R$ 563 a menos.

Os valores são resultados de queda no número de operações contratadas com instituições financeiras vinculadas ao INSS e, ao mesmo tempo, acréscimo no valor total acumulado de todos os empréstimos.

Enquanto o instituto registrou 257.515 contratações entre janeiro e novembro de 2011, neste ano foram apenas 240.204, decréscimo de 6,7%.

Por outro lado, no ano passado o total de empréstimos somou cerca de R$ 684 milhões, e, neste ano, por volta de R$ 773 milhões, incremento de 13%.

Na avaliação do professor de Macroeconomia e Cenários Econômicos da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais, e Financeiras) Silvio Paixão, para a economia da região o aumento no volume emprestado pode gerar tanto resultado positivo, quanto negativo.

Caso o crédito maior tenha sido aplicado em consumo no Grande ABC, o resultado seria um movimento mais intenso de dinheiro e mais força para a economia local.

Na contramão, se as operações estão previstas para serem liquidadas em várias parcelas, os aposentados e pensionistas diminuirão a sua capacidade de consumo mensal. "Estarão comprometendo a renda futura", destacou Paixão, lembrando que o endividamento descontrolado pode fomentar a inadimplência e, se o consumidor tiver o nome protestado nas empresas de proteção ao crédito, eles serão excluídos parcialmente das oportunidades de consumo.

O professor de Finanças Mário Amigo, que ministra aulas na Fipecafi, Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), FIA e na Saint Paul Escola de Negócios, diz que é provável que o tíquete médio dos empréstimos tenha subido porque os aposentados e pensionistas foram estimulados pelas reduções de juros que tiveram início em abril. "Com as taxas mais baixas, possibilidade de longo prazo para liquidação, eles fizeram dívidas maiores", explica. Segundo o Ministério da Previdência, o teto de juros do consignado vinculado ao INSS é de 2,14% ao mês, que é o caso para o máximo da operação, 60 prestações. Porém, Amigo alertou que na hora de contratar empréstimo consignado, o consumidor deve olhar os juros e não apenas se a parcela cabe no orçamento.




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