Encontrar uma pessoa com deficiência (seja visual, auditiva, física ou intelectual) inserida no mercado de trabalho é cada vez mais difícil. Isso porque o volume de contratações no Estado de São Paulo caiu 40% neste ano, quando comparado com o mesmo período de 2011. Empresas paulistas admitiram 1.032 pessoas até o momento - dessas, 412 são do Grande ABC. Esse montante é 40% menor do que o fluxo de profissionais com deficiências contratados em 2011.

A queda nas admissões não é de agora. Para se ter ideia, no Grande ABC, o número de trabalhadores deficientes contratados diminuiu 8% em 2011 frente a 2010, com base na Rais (Relação Anual de Informações Sociais) e no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho. "É necessário que as empresas criem programas de inclusão. Não basta contratar, é preciso treinar essas pessoas, como todas as outras. A inclusão social só ocorre quando existe essa preocupação", afirma o gerente nacional de inclusão da Avape (Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência), Marcelo Vitoriano.

Segundo ele, mesmo com a Lei de Cotas para Deficientes (que exige que empresas com mais de 100 funcionários tenham de 2% a 5% de portadores de necessidades especiais), há 21 anos, o fechamento das vagas de trabalho dentro das empresas (que refletem o cenário econômico atual) e a falta de preparo das companhias para receber profissionais com deficiência são as principais causas da retração no volume de oportunidades. "Os profissionais com deficiência podem trabalhar em diversos cargos, basta que sejam treinados. Pequenas adaptações e acessibilidade também são pontos chave", diz Vitoriano.

VAGAS - A Avape abriu 230 vagas de trabalho para atuação na Capital, Grande ABC e Interior. Geralmente, no fim do ano, as oportunidades são mais concorridas, o que exige do candidato persistência e atenção redobrada para a abertura de processos seletivos. Há postos para operadores de teleatendimento, ajudante de produção, escriturário, auxiliar administrativo, agente de atendimento, entre outras.

Todas são em regime CLT. O salário médio é de R$ 900. Informações podem ser obtidas pelo telefone 4993-9205.