Um ônibus foi queimado por volta das 22h de ontem na Avenida Queirós Filho, na Vila Suíça, em Santo André. Não houve vítimas. A Polícia Militar não confirma que o ato de vandalismo tenha ligação com a onda de violência que atinge o Estado no último mês.

No entanto, as recentes ocorrências fizeram a corporação reforçar o alerta contra possíveis atentados. Desde o início do ano, 90 policiais foram assassinados em São Paulo. A cautela é redobrada nos períodos de folga, já que vários integrantes da corporação foram mortos fora do horário de trabalho.

No Grande ABC, o temor fez com que a rotina fosse alterada em companhias e batalhões da corporação. Na base do bairro Sacadura Cabral, em Santo André, as luzes são apagadas durante a noite. Barreiras de concreto foram colocadas em frente à unidade para proteção em caso de eventuais tiroteios. No Rudge Ramos, a base policial comunitária estava trancada na tarde de ontem.

"Triplicamos a cautela em função dos fatos que vêm ocorrendo. Se antes tínhamos alguma distração, isso não é mais admissível", informa um policial que atua em São Caetano, que não se identificou. Apesar do alerta, o efetivo na cidade não foi alterado. "Ainda não tivemos nenhum tipo de incidente." O único homicídio de policial da ativa na região neste ano ocorreu em São Bernardo (leia mais ao lado).

O militar sugere que a população tenha cuidado com boatos. "Muitas informações falsas surgem em momentos de fragilidade."

Em São Bernardo, um policial afirma que a preocupação é maior nos períodos de folga. "Temos que adotar precauções, como modificar horários e percursos".

A mudança na rotina também afeta as famílias. "A nossa recomendação é para que os familiares não abram a porta para estranhos, mesmo que sejam funcionários uniformizados. Se for algo importante, que mandem notificação pelo correio." (colaborou Cadu Proieti)