Até a mesmo a chuva, mesmo que por pouco tempo, deu as caras na nona edição do festival Tanabata Matsuri, de cultura japonesa, encerrado ontem na Vila Assunção, em Santo André. Uma das mais tradicionais festas folclóricas do país nipônico teve apresentações de artes marciais e dança, mas a maioria dos cerca 15 mil presentes, recorde de público, foi mesmo atrás dos pratos típicos oferecidos.

O estudante Christian Klemm de Souza, 18 anos, era um deles. Morador do Bairro dos Casa, em São Bernardo, ele foi pela primeira vez à festa acompanhar a mãe, frequentadora assídua, graças à propaganda indireta das opções gastronômicas que eram oferecidas. Em especial, o yakisoba.

“Já é o segundo que como hoje”, disse Souza, descendente de alemães, que não esconde a admiração pela culinária oriental. “Quando minha mãe me falou das barracas de comida, não hesitei em vir provar.”

A difusão da gastronomia não é o único exemplo de que a tradição japonesa está cada vez mais presente e ganhando admiradores no Brasil. Da música aos mangás, festas da colônia mostram que o interesse local pela tradição nipônica é grande.

“Para nós é tudo muito representativo, visto que queremos repassar para todas as pessoas nossa raiz, não apenas para nossos filhos e netos”, disse José Heiji Fukuda, presidente da Sociedade Cultural ABC, responsável pela organização do evento.

E o cantor Paulo Ismeiu, 32, morador do Jardim Zaíra, em Mauá, simboliza isso. Apesar de pouco falar em japonês, há três anos ele canta canções do país em eventos e competições do gênero de karaokê. “Me apaixonei assim que conheci.”

Um dos pontos altos é a queima da árvore em que são pendurados os desejos dos visitantes, para que, assim, eles cheguem ao céu. Há três anos a vendedora Fabiana Silva, 33, vai à festa pedir mais amor e saúde. “Já faz parte da minha rotina e da minha cultura”, disse.