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Trabalhar em casa exige concentração

Especialista orienta profissionais para não terem queda de produtividade no home office

Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
24/06/2013 | 07:06
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Com dificuldades de mobilidade impostas pelo congestionamento do trânsito dos centros urbanos e mudanças nas exigências dos empresários em relação ao comparecimento dos funcionários todos os dias na empresa, o home office, ou seja, o escritório em casa, tem ganhado força no mundo atual.

Pesquisa da consultoria Robert Half revela que, de acordo com 47% dos diretores de Recursos Humanos de companhias brasileiras, essa forma de atuação está crescendo, enquanto 8% observam diminuição e 37% não veem alteração no cenário atual.

No entanto, para que o empregado não comprometa seu desempenho e o resultado final de seu trabalho, é importante que ele tenha em mente alguns requesitos para a atividade em casa, apontam especialistas. Para melhorar o rendimento e facilitar a adaptação desses profissionais, a gerente de conteúdo da rede Universia Brasil, Alexsandra Bentemuller, dá dicas: uma delas é a de que a pessoa precisa ter disciplina e agir como se estivesse no escritório, cumprindo as mesmas obrigações.

“Nada substitui o conforto do lar, mas isso não pode atrapalhar a produtividade, é preciso entregar resultados”, assinala. Para isso, segundo ela, é importante que se tenha em mente quais são suas metas, os objetivos a serem cumpridos, as tarefas a serem feitas. “É uma questão de se programar”, considera. Isso significa ter horários marcados, estipular prazos e estabelecer um espaço apropriado (um cômodo da casa para se dedicar ao trabalho), por exemplo.

Conversar com os familiares para que eles entendam que a pessoa não está à toa nem à disposição para executar tarefas domésticas ou corrigir a lição dos filhos também é importante. O diálogo, segundo a gerente, é fundamental, para quem está no home office estabeleça prioridades e, eventualmente, em decorrência de problemas familiares urgentes, possa deixar a atividade profissional por minutos ou horas para resolver o caso específico. Ou seja, não ser inflexível, mas buscar o entendimento para estabelecer uma rotina.

Alexsandra observa ainda que manter contato com os colegas de trabalho e com outros profissionais também é importante. Manter-se conectado com o mundo significa maiores chances de se atualizar e de não perder o networking, ou seja, a rede de relacionamento profissional.

PARA LONGE

Há um ano e meio, a representante comercial Maria José da Silva (nome fictício, já que ela preferiu não se identificar), que mora em São Caetano, passou a trabalhar em casa um ou dois dias da semana. Nos outros dias está em visita a clientes e semanalmente vai uma vez à empresa, do ramo de tecnologia, localizada em São José dos Campos. “Minha empresa saiu de Guarulhos e por isso passei a trabalhar como home office. Funciona muito bem”, afirma.

Ela mora com o marido e não tem filhos e diz que não tem tido problemas em se dedicar a suas atividades profissionais dessa forma. “Conto com uma pessoa que me ajuda em casa, uma empregada, então não preciso me preocupar (com a arrumação do lar)”, cita.

Maria José só cita que precisa se policiar um pouco para não se estender muito no trabalho, o que incomoda um pouco o marido. “No escritório, quando dá 17h, a gente sai, aqui em casa às vezes esqueço e vou até a meia-noite (trabalhando)”, afirma. Mas ela considera que o lado positivo compensa: “Não tenho que me preocupar com o trânsito, que hoje é um fator de estresse”.
 




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