"O governo cubano não me conferiu a permissão de saída, mesmo legalmente não estando presa, embora de fato me considere prisioneira em meu próprio país", disse Reyes em comunicado encaminhado à AFP.
Rivero, 59 anos, considerado na ilha como o escritor e poeta mais emblemático de sua geração, foi detido em março de 2003 junto com outros 74 opositores do governo de Fidel Castro e condenado a 20 anos de prisão, acusado de promover atividades contra-revolucionárias.
No mês passado, a Unesco concedeu a ele o Prêmio à Liberdade de Expressão, que seria entregue à sua esposa numa cerimônia a se realizar em 3 de maio, em Belgrado.
Reyes apresentou às autoridades cubanas o pedido de saída do país com antecedência, mas "a esta altura não tive nenhuma resposta" a respeito e "considero que já não existe tempo para fazer a viagem", destacou ela no comunicado.
O intelectual cubano, que ocupa o cargo de vice-presidente regional da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, sigla em espanhol) e que foi o fundador da agência de notícias independente Cuba Press, cumpre a pena na prisão de Canaletas, 450 km ao leste de sua residência, em Havana.
O ex-premier francês, o socialista Laurent Fabius, apadrinhou Rivero e há seis meses promove uma campanha internacional por sua libertação. Na semana passada, Reyes denunciou que seu marido tinha contraído bronco-pneumonia como resultado de "ter passado quase 11 meses numa cela úmida, estreita e escura" e de receber alimentação inadequada.
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