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Alojamento Cora Coralina ainda está em condições precárias
Evandro Enoshita
Do Diário do Grande ABC
23/12/2009 | 07:02
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Por fora, as paredes recém-pintadas. Por dentro, tábuas úmidas, rachadas e mofadas. Este é o cenário do alojamento Cora Coralina, no bairro Alto Industrial, em São Bernardo, que, desde o início de novembro, deveria passar por reforma, conforme promessa da Prefeitura. Apesar de maquiadas por recente pintura, as condições são precárias no abrigo onde 22 famílias se apertam.

Dia 12 de outubro, após forte chuva derrubar parte do telhado e algumas paredes do complexo, a Secretaria de Habitação da cidade se comprometeu a revitalizar o espaço. O local foi construído para servir de abrigo provisório a famílias retiradas de áreas de risco do município. Entretanto, há moradores que dizem viver no morar já há nove anos.

As paredes externas exibem pintura branca recém- concluída, que ainda reluz ao sol. No interior, um forte cheiro de mofo sai dos pisos e divisórias de madeira, molhadas pela água da chuva que escorre por entre vãos e furos do telhado, instalado há menos de dois meses. Soltas, as grandes telhas que cobrem o local ameaçam alçar voo a qualquer ventania.

"Antes a gente tinha um telhado bem feito. Desta vez, demoraram um mês para terminar de instalar a cobertura nova, e ainda fizeram de qualquer jeito", desabafou a dona de casa Joseane Freire da Rocha, 31 anos, que mora no local há seis anos com o marido e três filhos, de idades entre 4 e 13 anos.

A precariedade das instalações elétricas é outro ponto de críticas. Na sexta-feira, operários a serviço da Prefeitura vistoriaram o local. Segundo os moradores, o plano seria de que as ligações elétricas precárias fossem substituídas. Não foi o que aconteceu. Emendas de cabos foram feitas sem isolamento, enquanto tomadas ficaram expostas. Inúmeros curtos-circuitos, segundo contaram os moradores, passaram a ocorrer.

"Quando eu ligo o chuveiro, as luzes do vizinho se apagam. Eles vieram passar um fio novo dentro da minha casa, mas fizeram de qualquer jeito", disse a doméstica desempregada Maria Aparecida Batista, 38.

Situação semelhante acontece com a família da dona de casa Lidiana Correia de Lima, 29. "Meu chuveiro também parou de funcionar desde que mexeram na fiação. Desde então eu e os meus cinco filhos estamos tomando banho gelado", pontuou.




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