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Pesquisa aponta que o cooperativismo pode ajudar no desenvolvimento regional

Modalidade oferece crédito com custo até 50% menor do que em bancos convencionais

Flavia Kurotori
do Diário do Grande ABC
25/04/2020 | 00:10
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Em meio à crise ocasionada pela Covid-19, as cooperativas de crédito são uma ferramenta que pode ajudar no desenvolvimento da economia regional. Isso porque estas instituições oferecem empréstimos aos cooperados com juros até 50% abaixo do que os praticados pelos bancos. Na região, são pelo menos 903 entidades da modalidade, 6,7% mais do que em 2016, quando 846 estavam registradas. As informações são de estudo do Conjuscs (Observatórios de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura da Universidade Municipal de São Caetano), divulgado na última semana.

“Os bancos são conservadores e, quando emprestam, fazem com taxas absurdas. O cooperativismo é importante neste sentido, para deixar menos recursos no sistema financeiro, já que eles ficam com os próprios associados e podem ser trabalhados na própria comunidade de origem (da cooperativa)”, explicou Vívian Machado, economista, técnica do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) e pesquisadora do Conjuscs. “(O cooperativismo) Vai propiciar ganhos em forma de desenvolvimento”, completou.

Desde o ano passado, o BC (Banco Central) incentiva o cooperativismo com o objetivo de reduzir juros no mercado. Segundo pesquisa mais recente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), em março, o empréstimo pessoal em bancos custava, em média, 48,67% ao ano, enquanto em financeiras o juro chega a 111,71% ao ano. Vale lembrar que a Selic (taxa básica de juros) está em 3,75% ao ano.

A especialista defende que as cooperativas são tendência para os próximos anos. “O BC anunciou, no início deste ano, que pretende que o crédito das cooperativas aumente sua representatividade do montante real de crédito no País e, para isso, tem implementado diversos normativos para facilitar e garantir a atuação destas instituições. Elas devem seguir regras prudenciais exigidas e ser responsavelmente administradas e fiscalizadas”, afirmou.

Vale destacar que a cooperativa de crédito é uma instituição financeira formada a partir da associação de pessoas, físicas ou jurídicas, que presta serviços financeiros – como abertura de conta-corrente e empréstimos – exclusivos aos cooperados. Cada uma é segmentada de acordo com o tipo de associados para os quais estão autorizadas a operar. Por exemplo, há unidades exclusivas para servidores públicos ou trabalhadores de determinada empresa, rurais e outras dedicadas às MPEs (Micro e Pequenas Empresas) e aos MEIs (Microempreendedores Individuais).

Além disso, existem três tipos de cooperativas. O primeiro é a singular, que é constituída por, no mínimo, 20 pessoas, sendo permitida a admissão de pessoas jurídicas que tenham por objeto atividades econômicas correlatas às de pessoa física, ou aquelas sem fins lucrativos. Em seguida, há as centrais ou federações cooperativas. Elas são formadas por pelo menos três cooperativas singulares filiadas. Por fim, existem as confederações de cooperativas, que são constituídas por ao menos três cooperativas centrais ou federações de cooperativas, de igual ou de diferentes modalidades. 




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