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‘Misturalismo’ no Fórum Social
Por Everaldo Fioravante
Do Diário do Grande ABC
24/01/2005 | 14:05
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A exemplo do que ocorreu no início de 2003, a banda K-Ram-K tem novamente presença confirmada no Fórum Social Mundial, encontro antiglobalização realizado em Porto Alegre (RS). Um ônibus tem previsão de saída da rua Dona Elisa Fláquer, no Centro de Santo André, com destino à cidade sede do Fórum para levar os membros do grupo e toda a parafernália necessária para as apresentações durante o encontro. Só não vai o vocalista e violonista Jefferson Sooma, pois já está na capital gaúcha para participar de um encontro de jovens latino-americanos.

A vocalista Denise Coelho fala que a proposta da K-Ram-K – formada por dez integrantes do Grande ABC e um de São Paulo – é o “misturalismo”, a integração de diversas artes. Assim, a banda mostra não só música, mas também dança, performances teatrais e até pirofagia, como exemplos.

  O grupo tem um lado teatral forte, bem desenvolvido, característica reforçada pela atuação de três atores formados na ELT – Escola Livre de Teatro de Santo André: Pierina Ballarini, Rosana Ribeiro e Fábio Santos.

  Entre quarta-feira e a próxima segunda-feira, a agenda da banda em Porto Alegre está repleta. Nos planos estão desde shows em espaços culturais até apresentações de rua.

  A diferença em relação a 2003 é que desta vez a banda recebeu patrocínio da ONG Artemísia, de São Paulo, que garante o ônibus, o alojamento e a alimentação. Uma grande diferença, pois na primeira vez que participou do Fórum boa parte dos integrantes ficou acampada.

  As apresentações naquele encontro renderam à K-Ram-K um convite da Organização da Juventude de Quebéc para apresentação durante a Semana de Luta Contra o Racismo, em Montreal, no Canadá.

  “A K-Ram-K é uma banda de pessoas envolvidas com diversos tipos de manifestações artísticas e com preocupações sociais”, diz Denise, explicando as participações no Fórum. Essa faceta social do grupo é tratada nas letras das músicas e ganha ainda mais força com as atividades de arte-educação promovidas pela Fundação K-Ram-K.

  Só que a K-Ram-K que vai agora ao Fórum não é a mesma de 2003. Denise, Jefferson e Rogério Amorim (percussão) continuam na banda, mas três outros músicos se desligaram do conjunto.

  A história da saída desses membros é triste. “Em junho passado, fomos para Nova Orleans, nos Estados Unidos, participar do International Arts Festival, evento sobre a cultura negra. Para viajarmos, conseguimos descontos de 50% nas passagens aéreas com a Delta Airlines. Com o cachê que recebemos, conseguimos pagar parte do que faltava. A dívida que restou, esse problema financeiro, gerou desentendimentos entre as pessoas da banda”, diz Denise.

  A questão financeira é mesmo um empecilho para o desenvolvimento do grupo. “Em agosto de 2004, tínhamos convites para shows na Europa e na Indonésia. Não fomos por falta de recursos”, afirma a vocalista. Portanto, a banda que rodou entre 1996 e 1997 pelas sete cidades do Grande ABC divulgando seu trabalho nas ruas e vendendo fitas cassete demo, cidades nas quais continua batendo cartão constantemente, deixa de divulgar a arte da região dada a falta de apoio.

  Interessados em obter mais informações sobre a banda podem telefonar para 4994-1425 ou acessar o site www.k-ram-k.com.br, por meio do qual é possível adquirir o CD Cara Feia Prá Espantar os Maus Espíritos.

  Os demais componentes da nova formação – em atividade desde setembro passado – são Rangel Arthur (violino), o único de São Paulo, Raifah Monteiro (percussão), Ívan Taraskevicius (baixo), Robson Luiz (backing vocal e também membro da banda de rap Uafro, da região) e Marius A. (produtor de um filme sobre a K-Ram-K que capta imagens durante as apresentações e se incorpora ao conjunto, em performances).



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