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Vizinhos temem segunda invasão em área da MZM

Após saída do MTST do terreno, no Assunção, em S.Bernardo, espaço segue sem uso e fiscalização

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
04/03/2019 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Dez meses se passaram desde que a invasão dos integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) em terreno da MZM Incorporadora, localizado na Rua João Augusto de Souza, no bairro Assunção, em São Bernardo, foi finalizada. Entretanto, a área de 70 mil m² continua sem destinação e moradores do entorno relatam que o espaço está novamente abandonado.

A equipe do Diário visitou o terreno e constatou que, além do portão de 1,50 metro – instalado quando houve a desocupação, em abril de 2018 – estar aberto e quebrado, a área foi tomada pelo mato alto. Assim que o espaço foi esvaziado pelo MTST, a MZM iniciou limpeza do local, que durou três meses, murou o entorno e colocou vigia noturno. Com o tempo, não há mais presença de seguranças à noite.

A população do entorno informou que logo que houve a reintegração de posse era possível ver e ouvir movimento de caminhões e pessoas no terreno, fosse para limpar ou realizar manutenção, mas afirma que há meses não aparece ninguém. Além disso, os moradores disseram que, no período da noite, usuários de drogas têm invadido o espaço.

A educadora social Daniela Elias, 34 anos, disse que a última vez em que viu movimento no espaço foi no fim de novembro, em evento do Cenforpe (Centro de Formação de Profissionais de Educação), quando a Prefeitura de São Bernardo utilizou o espaço como estacionamento. “Depois que a empresa tirou os invasores, limpou o terreno e murou, colocou vigia só por uns meses. Desde o fim do ano nunca mais apareceu ninguém para cuidar desse lugar. Foi só no começo que deram atenção, agora está largado de novo”, explicou.

Os moradores temem novas invasões. “Não adianta a Prefeitura e empresa tiraram o movimento do terreno e largar o espaço aberto de novo. Se bobearem, logo invadem outra vez. Fora isso, à noite o espaço já está sendo utilizado para que usuários de drogas se abriguem.”

O vendedor Alexandre Nogueira, 47, afirmou que o local voltou a ser “exatamente como era antes da invasão Povo Sem Medo”. “Depois que o pessoal do MTST foi embora, a única coisa que a MZM fez foi levantar muro e jogar umas pedras lá. Mas não tem manutenção nenhuma. Não há guarda, câmeras e o mato está cada vez maior. O terreno está ao deus dará de novo.”

DESOCUPAÇÃO

A invasão, que durou sete meses e acomodou cerca de 8.000 famílias em barracos de lona e madeira, foi finalizada após acordo firmado entre o movimento e o governo do Estado. Os invasores das duas ocupações do grupo no Grande ABC – Povo Sem Medo, em São Bernardo; e Oziel Alves, em Mauá –, tiveram como promessa a construção de 2.400 moradias populares.

Na época, o prefeito do município, Orlando Morando (PSDB), afirmou que não negociaria com o MTST, já que a cidade possui política habitacional, na qual 2.000 pessoas já cadastradas pelo governo municipal aguardam por moradia.

O terreno da MZM acumula dívida de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). A empresa questionou a Prefeitura sobre o reajuste feito no valor – que passou de R$ 361.488,22, em 2016, para R$ 511.913,04, um ano depois.

A administração, por meio da Procuradoria Geral do Município, acionou a empresa na Justiça. Já a MZM informou, por e-mail, que somente teria a dizer que a área possui projeto em aprovação na Prefeitura.




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