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Para Anfavea, mercado interno forte só com política industrial consistente
Por Do Diário do Grande ABC
02/07/2005 | 07:53
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Política industrial estrutural de longo prazo, e não uma solução temporária para amenizar o efeito de crises eventuais. Essa é a bandeira que a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) quer levar adiante no segundo semestre.

Em nota divulgada na sexta-feira, a entidade informa que quer uma discussão abrangente para criar condições para o desenvolvimento do mercado interno automotivo como um todo, a competitividade das exportações e o crescimento da produção, de forma a dar sustentabilidade e consolidação ao setor automotivo brasileiro no ambiente competitivo global.

Há poucos dias, o presidente da Anfavea, Rogelio Golfarb, afirmou durante uma conferência internacional: "Precisamos de uma política industrial, com negociação no mínimo tripartite, envolvendo governo, indústria e trabalhadores. Temos diferenças de opinião, mas as visões são semelhantes, de necessidade de crescimento e aumento da competitividade."

A alusão às Câmaras Setoriais foi imediata, inclusive com a concordância do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo, também presente ao evento.

A Câmara Setorial do Setor Automotivo foi implantada no começo da década passada em um momento de crise - pós-impeachment do presidente Fernando Collor de Mello -, com inflação descontrolada e vendas de automóveis em queda. Governo federal, trabalhadores e montadoras fizeram então um pacto para estimular as vendas: o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de alguns modelos de carros seria reduzido, enquanto a indústria se comprometia a não demitir e os trabalhadores aceitavam uma trégua em suas reivindicações salariais e sociais. De caráter temporário, o acordo deu certo e deu novo fôlego ao setor.

É justamente o caráter temporário e transitório que as indústrias rechaçam em relação ao modelo da década passada. "Não é o caso de voltarmos ao modelo anterior, considerando a economia nacional, o perfil do mercado e a capacidade de produção da indústria automotiva na época. Os resultados da Câmara Setorial, na época, foram positivos, alavancando segmentos do mercado e a produção automotiva", diz a nota da Anfavea.

A entidade acrescenta que as perspectivas que se apresentam para o futuro trazem preocupações, uma vez que uma conjunção de fatores, como pressão de custos industriais, mercado interno insuficiente e falta de rentabilidade nas exportações já reflete na competitividade do setor e na atratividade para as empresas investirem no país, "no momento em que se acirra a disputa internacional por inversões automotivas, com novos e emergentes produtores mundiais já obtendo o redirecionamento de investimentos para seus mercados".



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