Política Titulo Santo André
Gestão Grana demite servidor que se negou a mexer em fundo

Então diretor de Obras sofreu pressão do governo andreense para usar parte dos recursos; exoneração saiu no sábado

Fábio Martins
Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
29/11/2016 | 07:00
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Montagem/DGABC


O governo do prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), exonerou Vitor Mazzeti Filho do cargo comissionado de diretor do Departamento de Manutenção e Obras do Paço. O Diário revelou no sábado que ele foi pressionado pelo secretário de Mobilidade Urbana, Carlos Sanches, o Carlão (PT), e pelo próprio chefe do Executivo a liberar recursos do fundo municipal de iluminação pública para pagar custos com pessoal e outras despesas, o que gerou divergências sobre a legalidade da medida.

A demissão de Mazzeti foi publicada no sábado no Diário Oficial. No mesmo dia, o Paço tornou pública a nomeação do substituto de Mazzeti: Vanderlei Pereira (PT), figura próxima a Carlão.

Então responsável pelo fundo, cujo saldo está estimado em R$ 12,5 milhões, Mazzeti vinha sendo cobrado, nos bastidores, para permitir o uso dos recursos para o Tesouro municipal e, assim, o montante ser destinado para o pagamento de salários e até o 13º de servidores, além de custos com fornecedores – Mazzeti era o único a ter acesso à senha eletrônica que libera a transferência do dinheiro.

Segundo apuração do Diário, Mazzeti vinha resistindo aos pedidos, amparado por pareceres jurídicos que contrariavam tal manobra. De acordo com esse entendimento, o dinheiro do fundo não poderia cobrir custos com pessoal ou outras despesas a não ser exclusivamente para investimentos em iluminação pública, como manutenção e ampliação do sistema. Grande parte desse dinheiro advém dos tributos da CIP (Contribuição de Iluminação Pública).

Engenheiro de profissão, Mazzeti retornará à função de carreira, o de técnico agrícola, seu cargo de origem na Prefeitura, com lotação no departamento de parques e áreas verdes, da Secretaria de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos.

Procurado, Mazzeti preferiu não comentar o assunto. Já o prefeito se negou a explicar os motivos pelos quais o servidor foi demitido. “Eu quero falar (sobre a demissão), mas só quando eu tomar conhecimento das declarações dele (Mazzeti, sobre a exoneração)”, desconversou o chefe do Executivo. A Prefeitura também não se manifestou sobre o episódio.

HORAS EXTRAS

A Secretaria de Administração e Modernização emitiu comunicado interno informando aos servidores que não pagará horas extras efetuadas em outubro e neste mês e que as horas excedentes realizadas em dezembro serão convertidas em banco de horas.

Com a crise nas contas, o ofício justifica “indisponibilidade financeira da Prefeitura”. Procurado pelo Diário ontem à tarde, o Paço enviou nota que menciona que as horas extras de outubro e novembro “serão objeto de entendimento com a comissão de transição”. “Os demais compromissos com os servidores serão mantidos nos prazos normais”, garantiu a administração petista. 




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