A Assembléia Nacional da França, câmara baixa do Parlamento, aprovou nesta terça-feira, em primeiro turno, o projeto de reforma da previdência social depois de 16 dias e 142 horas de debates. O texto foi aprovado com 358 votos a favor, 195 contra e 15 abstenções.
A União por um Movimento Popular (UMP), partido do presidente Jacques Chirac, que tem maioria na câmara, votou a favor do projeto. A esquerda se opôs, por considerar o texto "injusto e ineficaz".
Uma das medidas é a que determina que cada vez que um francês for ao médico terá que pagar um euro adicional que não será reembolsado, já que, segundo o governo, o enfermo deve entender que o sistema de saúde não é gratuito.
Nas últimas semanas, milhares de franceses saíram às ruas em todo o país para protestar contra a reforma, convocados por diversos sindicatos que não consideram o projeto justo.
O ministro da Saúde, Philippe Douste-Blazy, qualificou a votação desta terça-feira de "momento histórico", já que reforma é "justa e necessária".
No final de 2004, o déficit da seguridade social francesa chegará a 14 bilhões de euros (US$16,8 bilhões), segundo previsões oficiais. Com estas medidas, o governo pretende recuperar o equilíbrio financeiro em 2007.
O texto precisa ser submetido à aprovação do Senado antes de sua adoção definitiva. O debate sobre o projeto de lei da reforma da previdência social foi o terceiro mais longo da história da Assembléia Nacional francesa, depois das conversações sobre as reformas de imprensa (1983-84) e de aposentadorias (2003).