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'Nunca ganhei tanto salário nessa vida', diz Vicentinho
Por Havolene Valinhos
Do Diário do Grande ABC
17/12/2010 | 07:15
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Favorável ao reajuste salarial para deputados, senadores, ministros, vice-presidente e presidente aprovado anteontem em Brasília, o deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT), não conseguiu esconder a satisfação - ligeiramente contida e acompanhada de certo constrangimento com a situação - com os vencimentos a que terá direito a partir de fevereiro do ano que vem: R$ 26.723,13 mensais.

"O reajuste deveria ser anual e não de quatro em quatro anos. Isso me constrange da forma que foi feito, o impacto gerado pela aprovação. Nunca ganhei tanto salário nessa vida", brincou o deputado.

Vicentinho enfatizou que a votação foi simbólica e não nominal e que, portanto, não seria obrigado a divulgar como votou. "Aconteceu que há anos fiz proposta para não ter mais essa diferenciação dos três poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário), que é a equiparação salarial. Com essa decisão tomada não vai ter nunca mais problemas."

O Projeto de Decreto Legislativo (PDL 683/10) que iguala os subsídios de deputados, senadores, ministros de Estado, vice-presidente e presidente da República aos dos dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) foi aprovado na quarta-feira.Deputados e senadores terão aumento de 61,8% sobre os atuais R$ 16,5 mil mensais. A presidente eleita, Dilma Rousseff, receberá 133,96% a mais do que Lula - atuais R$ 11,4 mil. Os ganhos do vice-presidente eleito, Michel Temer (PMDB), também terão o mesmo percentual de reajuste. Ministros de Estado abocanharão a maior parte, 148,6 % sobre os vencimentos de hoje que são de R$ 10,7 mil.

Sem papas na língua, Vicentinho aproveitou para cutucar os pares que não divulgaram a posição sobre o assunto ou até mesmo os que votaram a favor, mas afirmaram para a mídia que foram contrários. "Não sou demagogo como foram alguns deputados que declararam voto contrário, mas que aceitaram o dinheiro."

Vicentinho reiterou por vezes que o aumento deveria ser gradual e, especialmente, que não deveria existir "diferenciação entre os juízes e os demais poderes."

O detalhe é que ainda está na Câmara dos Deputados projeto de lei de iniciativa do STF que prevê aumento salarial para os ministros, que passariam a receber R$ 30.675,48.




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