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Água Santa revive tempos de várzea em revés para o Oeste

Temporal deixa campo impraticável, mas árbitro contraria Netuno e Onça e reinicia partida que foi vencida pelo time de Itápolis por 1 a 0

Por Felipe Simões
06/03/2016 | 07:00
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Valentim Baraldi


Profissionalizado há quase cinco temporadas, o Água Santa reviveu ontem, em Itápolis, os piores momentos dos 30 anos que atuou na várzea. Em duelo em campo alagado e cheio de barro por conta das fortes chuvas, o Netuno levou a pior e perdeu para o Oeste por 1 a 0. Apesar do revés, o clube de Diadema se mantém em segundo do Grupo D, com 11 pontos. A Onça foi a oito, mas ainda é lanterna da Chave A.

Minutos antes da partida, um temporal em Itápolis começou a alagar o campo. Mesmo assim, o árbitro Luiz Vanderlei Martinucho resolveu começar a partida. Aos oito, Gustavo quase aproveitou escanteio, mas Brinner tirou quase em cima da linha. E foi só então que o juiz resolveu interromper o duelo.

O que se viu nos minutos seguintes foram coisas que, se acontecessem na várzea, causariam espanto. Com parte do campo alagado, um funcionário do estádio tentou amenizar a situação passando rodo. Como outros trabalhadores do local mostravam pouca vontade em resolver o problema, o meia Éder tentou ajudar, mas sem sucesso. O nível da água na pior parte do gramado chegava ao tornozelo dos atletas. Além disso, os vestiários da arbitragem e do Netuno também foram alagados e estavam com água na altura dos joelhos.

Foi só com 45 minutos de paralisação que uma bomba foi levada para ajudar a drenagem. Como o item tinha bocal, um buraco precisou ser cavado na área alagada para que a água fosse retirada. Areia foi jogada para tapar a cratera criada, o que revoltou o técnico Márcio Ribeiro. “Temos que pensar na integridade física dos atletas. Minha preocupação é que aqui não tem como jogar. Não estamos vendo boa vontade (dos funcionários do estádio)”, disparou, em entrevista ao SporTV.

Depois, após o árbitro sinalizar que o jogo aconteceria, o treinador fez sinal para que a equipe deixasse o gramado e balançava a cabeça negativamente de forma ostensiva.
“Não há condições. Fizeram buracos no campo, pode acontecer algum acidente. Passou (pela cabeça deixar o jogo). Não dá para ficar no banco de reservas. Mas vamos para o jogo”, resignou-se.
Até mesmo o Oeste queria que o jogo fosse adiado. “Para nós, era melhor cancelar. Não tem como jogar futebol”, disse o meia Marcelinho Paraíba.

Na sequência, o presidente Paulo Sirqueira, do Netuno, entrou em campo e dialogou com o treinador e com o árbitro, mas também sem sucesso. Um registro na beira do gramado estourou e o árbitro adiou ainda mais o reinício.

Com uma hora e 25 minutos de paralisação, o jogo recomeçou. E o que se viu não se pareceu nem de longe um jogo de futebol. Com chutões em excesso – o campo estava impraticável –, pouco foi criado.

Na única chance concreta dos diademenses, aos 31, Everaldo passou por dois zagueiros e tirou do goleiro, mas acertou a trave. Dez minutos depois, André Rocha segurou Ricardo Bueno dentro da área, e o atacante converteu o pênalti – 1 a 0. No intervalo, o Oeste teve de acessar o vestiário pela rua, já que o túnel estava alagado.

Na segunda etapa, o Netuno buscou o empate, mas não teve forças diante do estado do gramado e amargou a derrota.




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