Ambientes comerciais investem cada vez mais na tecnologia Wi-Fi para atender os clientes. No entanto, a moda que já se tornou hábito nos Estados Unidos ainda não é nada comum quando se fala do público brasileiro, e, segundo especialistas, há pouca demanda para a utilização do sistema no país.

Wi-Fi é a sigla adotada para wireless fidelity que, literalmente, significa fidelidade sem fio. O conceito é simples. Ao invés de ficar preso aos cabos para se conectar à internet, o usuário pode se locomover, a partir de um dispositivo inserido no computador que recebe o sinal enviado pelo chamado ponto de acesso.

A estrutura necessária também não é das mais complexas. Um roteador recebe o sinal de internet que vem por cabo do provedor, converte em formato de rádio e distribui pelo ambiente onde foi instalado. O usuário de um computador portátil que possuir o dispositivo necessário para receber esse sinal pode se conectar a web a partir de qualquer local coberto pela rede.

Com cerca de R$ 150, o usuário que já tem um notebook compra uma espécie de cartão que possibilita o acesso. Em computadores novos, esse mecanismo já vem de fábrica. Uma placa é instalada no interior do aparelho, facilitando ainda mais o acesso à internet.

Diante de tanta praticidade, a pouca utilização desse serviço pode parecer incoerente. No entanto, para Hamilton José Brumato, coordenador do curso de Graduação Tecnológica em Redes de Computadores da Umesp (Universidade Metodista de São Paulo), em São Bernardo, a principal questão não é a facilidade para o uso do Wi-Fi, mas a falta de segurança em circular pelas ruas com um equipamento de alto valor. “As pessoas carregam caderno, prancheta, livro, mas notebook é muito difícil. A qualquer momento você pode ser roubado e um aparelho desses não custa pouco”, afirma.

Investimentos – Mesmo assim, estabelecimentos comerciais têm dado atenção especial a esse tipo de serviço. Recentemente, shoppings do Grande ABC instalaram a tecnologia Wi-Fi em suas dependências. Embora não tenha existido demanda por parte dos freqüentadores, os administradores dos empreendimentos acreditam que a disponibilidade do serviço constitui um avanço.

O Shopping ABC Plaza, em Santo André, foi o primeiro da região a adotar a tecnologia na praça de alimentação. No final do ano passado, a praça de alimentação de 1.293 lugares foi coberta com o sinal de internet. O investimento foi de R$ 20 mil para atender os executivos que, segundo o supervisor de Marketing Maurici de Araújo, aproveitam o ambiente para fazer reuniões sem perder o acesso a web. “Às vezes, oito ou nove pessoas se juntam na praça de alimentação, todos abrem o notebook e ficam discutindo assuntos de trabalho”, afirma.

A administração do shopping cogita a possibilidade de instalar o sistema em todo o local. Embora não tenha sido constatado qualquer aumento no faturamento depois da instalação, Araújo afirma que a permanência das pessoas dentro do shopping aumenta devido ao serviço prestado.

No Shopping Metrópole, de São Bernardo, a instalação foi feita no início do ano e ainda está em fase de testes. A gerente de Marketing, Andréa Perini, afirma que as solicitações eram poucas. Quanto à utilização, Andréa ressalta que, embora seja muito cedo para ter o volume de acesso contabilizado, a utilização do serviço já é visível no local. “A conexão à internet é uma necessidade”, explica. (Supervisionado por Adriana Mompean)