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Implantação do Detecta no SAI esbarra em falhas técnicas

Promessa da Polícia Militar Rodoviária era
que sistema fosse instalado no fim de 2014

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
06/11/2015 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


Previsto para ser implantado no SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes) até dezembro do ano passado, o Programa Detecta chega ao fim de 2015 sem ao menos um radar em funcionamento nas rodovias. Anunciado como grande aposta para combater o crime, o sistema só deve iniciar outra fase de testes em 2016, durante a Operação Verão, segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública).

Conforme o capitão e chefe da divisão de Comunicação Social da PMR (Polícia Militar Rodoviária), Robison Pomilio, os trechos de serra do SAI motivaram a paralisação do projeto. “Durante a fase de testes do Detecta, tivemos problemas técnicos principalmente nessas áreas em decorrência da falta de comunicação. Os radares não recebiam informações do banco de dados, alguns não funcionavam, o que dificultou a implantação do sistema como um todo.”

Em novembro do ano passado o comandante da PMR, coronel Mauro Cezar dos Santos Ricciarelli, afirmou ao Diário que a expectativa era que até o fim de 2014 os softwares do SAI seriam adaptados para receber o programa.

Tecnologia importada de Nova York, o Detecta é um sistema inteligente de monitoramento utilizado no combate ao crime. O software promove a integração de bancos de dados e câmeras de diferentes instituições para monitorar áreas específicas, veículos e suspeitos e auxiliar as polícias Civil e Militar. O equipamento também integra dados do Detran (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo), de modo a possibilitar a realização de buscas por um determinado nome e localizar todas as ocorrências relacionadas em cada banco de dados.

“O sistema consegue identificar placas de veículos furtados ou roubados, independentemente de há quanto tempo o crime foi cometido. Quando o radar capta um desses casos, aciona a base mais próxima da Polícia Militar para averiguar essa ocorrência”, diz Pomilio.

Concessionária responsável pelo SAI, a Ecovias afirmou que ainda aguarda posicionamento da PMR sobre a instalação do sistema e que está à disposição das autoridades para auxiliar no que for possível.

Já a SSP disse que a implantação do sistema no SAI deve ocorrer na quarta etapa do Detecta, anunciada em outubro, que contará com circuito eletrônico desde o Litoral Sul, passando pelo Norte, até o Vale do Paraíba. “O Sistema Anchieta-Imigrantes fará parte desse circuito. Serão conectados o monitoramento dos municípios, câmeras OCRs e radares. Atualmente, estão sendo feitos estudos de compatibilidade de tecnologia. A fase de teste e de implantação começará durante a Operação Verão”, afirma a nota.

Referente às falhas do sistema comentadas pela PMR e o atraso da implantação, a SSP não se posicionou.

 

Programa já apresenta resultados em todo o Estado

Uma das principais apostas do governo do Estado para o combate ao crime, o Detecta já apresenta resultados positivos em locais em que o software já está instalado.

Neste ano, por exemplo, por meio do Detecta foi feita a apreensão de 488 quilos de cocaína na Marginal do Tietê. O alerta de um veículo suspeito foi enviado à PMR (Polícia Militar Rodoviária). Durante a abordagem, policiais chegaram até outro veículo, abandonado próximo ao irradiado pelo alerta, que escondia 458 tijolos de cocaína.

Atualmente, na terceira fase do projeto, foram integradas câmeras analíticas que permitem a emissão de alerta de padrões específicos, detectando e impedindo ações criminosas.

O sistema é utilizado pelos centros de operações da Polícia Civil, da PM e pelo Departamento de Inteligência, também da Civil. Hoje, o Detecta conta com 1.172 câmeras – 531 de videomonitoramento público e 641 OCRs, com sensores eletrônicos integrados ao seu banco de dados.




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