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Ocupação do MLB em Diadema causa embate na Câmara

Movimento foi ao Legislativo pedir apoio aos
vereadores, mas opositores travaram discussão

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
17/07/2015 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


Integrantes do MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas) estiveram ontem na Câmara de Diadema para pedir aos vereadores que intervenham junto à Prefeitura na solução por moradias para as 300 famílias que ocupam, desde 27 de junho, terreno vago localizado na Avenida Nossa Senhora dos Navegantes. No entanto, o tema acabou causando embate entre o líder do governo Atevaldo Leitão (PSDB) e Ronaldo Lacerda (PT).

A discussão entre os parlamentares teve início quando o tucano sugeriu ao MLB que invadisse um terreno situado na Avenida Sete de Setembro, que pertence à Associação Pró-Moradia Liberdade, da qual o petista já foi presidente. Segundo Lacerda, a área em questão já consta do Programa Minha Casa, Minha Vida Entidades, do governo federal, e aguarda liberação de recursos para início das obras.

Os opositores travaram uma discussão calorosa, quase chegando à troca de agressões físicas. “O líder do governo deveria é pedir desculpas porque o seu prefeito não cumpriu com o que se comprometeu. Está desvirtuando o seu papel”, esbravejou Lacerda.

“Não é nossa intenção colocar movimento contra movimento. Ao invés de brigarem, pedimos que nos ajude em negociação com a Prefeitura”, falou uma das coordenadoras do MLB, Carol Vigliar, 33 anos. “Vamos ocupar qualquer terreno que estiver vazio, enquanto tiver trabalhador e trabalhadora sem moradia na cidade”, completou. Aproximadamente 150 integrantes do MLB marcaram presença na sede do Legislativo.

Com os ânimos mais tranquilos, Leitão se reuniu com alguns representantes do movimento para tentar agendar reunião com o secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano da cidade, Eduardo Monteiro, e de Assuntos Jurídicos, Fernando Moreira Machado. Ficou definido encontro para hoje, às 14h, na Pasta habitacional. Comissão de quatro vereadores (Célio Boi, do PSB; Lucio Francisco de Araújo, do PV; Atevaldo Leitão, do PSDB; e Orlando Vitoriano, do PT) também irá participar. O prefeito Lauro Michels (PV) não deve comparecer.

“Queremos sair dessa reunião com uma proposta concreta que resolva o nosso problema”, disse Carol, ressaltando que desde 2008 estão na luta por moradia.

A Prefeitura vem afirmando que a viabilidade de atender às famílias depende da terceira etapa do Minha Casa,Minha Vida, prevista para acontecer neste semestre. Além disso, pontua que a demanda acordada em ata em 2013 com o movimento foi de contemplar 150 famílias, número compatível com o projeto.

A Justiça determinou que o MLB desocupe o terreno até domingo, mas o grupo já declarou que não sairá.

Problemas do Mazzaferro são conhecidos, fala síndica do conjunto

A fala do secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano de Diadema, Eduardo Monteiro, de que “ainda não tinha conhecimento” dos problemas estruturais do conjunto residencial Mazzaferro 1 e 2, no bairro Casa Grande, causou surpresa à síndica do segundo bloco, Josefa de Brito, 47 anos. A declaração de Monteiro foi dada ao Diário e publicada na terça-feira.
“Mensalmente fazemos reunião com representante da Pasta e assistente social e toda a situação que enfrentamos é passada em relatório e encaminhado à Prefeitura”, fala Josefa, completando que, mesmo após a reportagem do Diário, ninguém da Pasta procurou os moradores para dar um posicionamento.

A Secretaria de Habitação foi procurada para comentar o assunto, mas não retornou até o fechamento desta edição.

Com apenas oito meses de entrega, grande parte das 360 moradias, construídas por meio de parceria entre a Prefeitura e o governo federal, apresentam vazamento, mofo e rachaduras nas paredes. 




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