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Tarifa de táxi será reajustada

Para compensar aumento, Consórcio irá negociar
fim da taxa de transferência cobrada entre cidades

Por Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
03/03/2015 | 07:00
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André Henriques/DGABC


A tarifa de táxi nas sete cidades da região deverá ser reajustada em março. Para compensar o aumento, o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC irá negociar com representantes dos taxistas a extinção ou flexibilização da cobrança de taxa adicional de 50% sobre o valor final da corrida em viagens intermunicipais.

Na região, a tarifa é unificada nos sete municípios e reajustada a cada dois anos. O percentual do reajuste é definido pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Ainda não foi divulgada a inflação do mês passado, mas o acumulado entre março de 2013 e fevereiro de 2015 deve variar entre 13% e 14%.

Atualmente, a bandeirada – valor cobrado do passageiro no início da corrida – custa R$ 4. Pelo quilômetro rodado, paga-se R$ 2,42 na bandeira 1 (de segunda a sábado, das 6h às 20h) e R$ 2,56 na bandeira 2. A hora lenta ou parada vale R$ 25,56. Se a viagem ultrapassa os limites de um município, são acrescidos 50% sobre o valor final. Por exemplo: se o cliente vai de São Bernardo a Santo André e o taxímetro marca R$ 10, terá de desembolsar R$ 15.

O presidente do Consórcio e prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB), avalia que a proposta de extinção da taxa de transferência não é medida radical, considerando as características adensadas da região. “Se a pessoa sai de Paranapiacaba e vai até São Caetano, não seria (injusto). Mas se sai de Rio Grande, da Avenida Guilherme Pinto Monteiro, e vai até a Kaethe Richers, em Ribeirão Pires, a gente acredita que é desproporcional. Estamos procurando um consenso para que seja justo tanto para o taxista quanto para o passageiro.”

O presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos do Grande ABC, Odemar Ferreira, criticou a proposta. “Não sei por que essa preocupação dos prefeitos. Tem tanta coisa para ver, vai procurar o mais fraco para judiar mais ainda?”, questiona. Ele garante que a cobrança é sempre avisada. “A gente diz ao usuário que tem essa taxa e ele vai se quer. Se não quer, não faz mal.” Ele assegura que o acréscimo costuma ser negociado entre o cliente e o prestador de serviço.

A região conta com cerca de 1.470 taxistas.

TRAVESSIA SEGURA

O Consórcio pretende relançar em abril a campanha Travessia Segura, cujo objetivo é garantir a segurança dos pedestres e reduzir o número de atropelamentos. O projeto foi lançado em 2011 e abandonado depois de problemas orçamentários. Ainda não foi definido o valor a ser investido. (colaborou Vanessa de Oliveira)

Prefeitos farão reunião com diretor-presidente da ANA

Os sete prefeitos da região se reunirão na manhã de sexta-feira com o diretor-presidente da ANA (Agência Nacional de Águas), Vicente Andreu. Na pauta estão assuntos como a crise hídrica e o volume de água retirado da Represa Billings, manancial que abastece a maior parte da população local.

O presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB), garante que os debates a respeito da escassez na Região Metropolitana já estão sendo feitos há alguns meses. “A gente está discutindo isso em todas as nossas reuniões e somente agora conseguimos uma agenda com o presidente.” A assessoria de imprensa da ANA informou que ainda não tem a confirmação do encontro.

A situação do abastecimento na Grande São Paulo teve melhora significativa em fevereiro. O Sistema Cantareira chegou ontem a 11,7% do volume armazenado. O Rio Grande, que atende São Bernardo, Diadema e parte de Santo André, alcançou 85,7%, mesmo nível do dia 1º de agosto de 2014. O Alto Tietê, que também abastece parte de Santo André e Mauá, atingiu 18,8%, enquanto o Rio Claro registrou 38,3%.

Marinho se irrita ao ser questionado sobre enchente em São Bernardo

O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), se irritou ontem ao ser questionado sobre as enchentes que atingiram o Centro da cidade na tarde de sábado. Indagado pela equipe do Diário sobre a eficiência das obras de drenagem que estão sendo feitas no município, o petista respondeu de forma irônica e reconheceu que os serviços na região central ainda não surtiram efeito.

“Você acha que essa pergunta é séria?”, disparou o prefeito ao ouvir a questão. Em seguida, argumentou que também houve enchente em “várias cidades”. “Mesmo em andamento, as obras surtiram muito efeito positivo em várias regiões onde elas estão mais adiantadas. É o caso do Jordanópolis, Vivaldi, Orlandina e Rudge Ramos. A do Centro ainda não está no estágio para surtir efeito. Então, essa talvez seja a razão da sua pergunta. Mas, observando o que vocês escrevem, há um monte de equívoco”, atacou Marinho.

Principal vitrine do governo petista, o Projeto Drenar foi lançado em 2012 e recebe investimentos na ordem de R$ 600 milhões. Um dos principais empreendimentos previstos, o piscinão do Paço Municipal está com obras em ritmo moroso. O serviço é realizado pela construtora OAS, investigada pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato. 




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