Em fevereiro, a equipe do Diário esteve na Vila Kiko, em São Bernardo, onde os moradores do bairro reclamavam de problemas com fornecimento de água. Após dez meses, a situação é praticamente a mesma, e eles ainda sofrem com as torneiras secas. As 140 famílias que residem no condomínio Morada dos Pássaros são as maiores prejudicadas, porque distribuição não está sendo suficiente para encher o reservatório que abastece os apartamentos.

"Dos 30 dias do mês, ficamos em média dez sem água. Nunca sabemos quando vai parar o fornecimento", reclamou Kleber Noffs. "Tem noites que vemos que está chegando água e fazemos fila durante a madrugada para pegar com baldes e deixar em casa, mas o que vem não dá para todo mundo", completou.

Segundo os moradores, quando a água chega com o fornecimento normal, a caixa do condomínio leva de quatro a cinco horas para encher. Em dias com pouca pressão, o tempo é de aproximadamente 15 horas. "Durante todo esse período temos de ficar na seca", afirma Noffs.

A situação é ainda pior para quem tem criança em casa. "É terrível. Quando acontece isso tenho de comprar galões no mercado para poder dar banho nos meus filhos", relatou Érika Montoan, mãe de dois filhos.

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, responsável pelo fornecimento, comunicou que os problemas aconteceram em função de alguns serviços de manutenção, como conserto de vazamento de rede de água. Segundo a estatal, todas os serviços foram consideradas emergenciais.
"Se a reportagem voltar daqui um mês, aposto que estaremos sem água novamente", afirmou Noffs, não convencido dos motivos dados pela companhia.