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Calçadistas brasileiros querem produzir na Argentina
Do Diário do Grande ABC
12/02/2000 | 15:04
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Pelo menos seis indústrias calçadistas brasileiras vao implantar, este ano, fábricas na Argentina para a produçao de sapatos femininos e infantis. A migraçao, que ocorre num momento em que empresas argentinas se refugiam no Brasil em busca de maior competitividade, se deve à abertura de um nicho de mercado e também como forma de evitar futuros problemas no Mercosul, como os ocorridos no ano passado, quando calçados brasileiros sofreram bloqueios alfandegários e limitaçoes por cotas de exportaçao.

A informaçao foi dada pelo presidente da Associaçao Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Nestor de Paula. Embora Brasil e Argentina já tenham acertado uma cota de 4,4 milhoes de pares de sapatos brasileiros a serem exportados neste primeiro semestre para aquele país, haverá novas negociaçoes entre os dois países em fevereiro, por causa da China.

O motivo é que no último acordo dos dois países do Mercosul, foi selada uma cláusula que prevê renegociaçoes no caso de a Argentina perder, como terminou acontecendo, um contencioso com a China. A Argentina tinha imposto uma taxa de quase 100% para o ingresso do sapato chinês no mercado do seu país. A China recorreu e ganhou na Organizaçao Mundial do Comércio o direito de exportar seus calçados para a Argentina, pagando a taxa média cobrada em todo o mundo, em torno de 35%.

A decisao também beneficia todos os países que exportam calçados para a Argentina. Paralelo a esta renegociaçao, e até antecipando-se a ela, há uma tendência de indústrias brasileiras de calçados de instalarem unidades no país vizinho, transformando-se assim em empresas argentinas, sem o risco de cotas de exportaçao ou boicote pelo governo argentino.

Nestor de Paula contou que pelo menos seis indústrias brasileiras lhe revelaram a decisao de instalarem fábricas na Argentina. 'A crise do Mercosul serviu também para alertar as empresas sobre nichos e oportunidades daquele mercado, muito favorável a indústrias de calçados femininos, já que a indústria argentina deixa muito a desejar neste segmento", contou o presidente da Abicalçados.




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