A ASBP (Associação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Servidores Públicos) continua funcionando normalmente, assim como prosseguem as reclamações por parte de pessoas que foram lesadas pela entidade. Entre elas, a aposentada Cleusa dos Santos Peluso, 69 anos, que perdeu R$ 8.000. Há quase dois meses, a Polícia Civil de Santo André deflagrou operação para combater ação de estelionato, prendeu quatro funcionário e lacrou o escritório, que foi reaberto 18 dias depois.

Márcia Peluso, 49, filha de Cleusa, resume como “descaso” o que aconteceu com sua mãe. Em 2014, ela recebeu carta – expediente usado pela entidade para atrair as vítimas – dizendo que tinha direito a revisão de pensão. “Minha mãe entrou com o processo crente de que ganharia o valor estipulado. No ano seguinte, a associação disse que o processo estava para sair e que ela ganharia cerca de R$ 70 mil. E assim foi por quatro anos, até que entramos com processo judicial”, relatou Márcia.

Segundo a filha, Cleusa ganhou a causa e o juiz deu prazo de 15 dias para ASBP devolver o valor. Entretanto, até agora nada foi pago.

Questionada por meio de assessoria de imprensa, a associação disse, em nota, que “é importante ressaltar que o caso está sub judice perante a Vara do Juizado Especial Cível do Foro de Santo André, no qual a ASBP irá se manifestar em todas as oportunidades legalmente previstas, para que toda a verdade material seja levada em consideração ante a decisão de primeira instância prolatada.”

A associação afirma também que jamais suspendeu suas atividades e que permaneceu sempre “de portas abertas para seus associados e demais interessados”.

OPERAÇÃO POLICIAL

No dia 26 de julho, policiais do 4º DP (Jardim) apreenderam documentos, computadores, máquinas de pagamento, valor em espécie e interditaram o escritório da ASBP. A investigação concluiu o inquérito policial na primeira quinzena de agosto e solicitou ao MP (Ministério Público) que suspendesse as atividades da entidade, o que até o momento não aconteceu, tendo em vista funcionamento normal.

Ao todo, 105 vítimas procuraram a delegacia para realizar boletim de ocorrência contra a ASBP. O delegado titular Edson Carlos Tavares ressalta que cabe agora decisão judicial para fechar definitivamente o local.